“Estão inventando todas as desculpas do mundo para colocar gente de mercado na direção do maior banco público do país, o que pode contaminar a empresa com uma visão mesquinha, pequena e mercantil que objetiva só a lucratividade, ignorando o papel desenvolvimentista do sistema financeiro que só a Caixa exerceu com mais plenitude entre os bancos de varejo”, denuncia Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).

Para citar um exemplo, a Caixa é responsável por financiar cerca de 70% do crédito para habitação no país.

O processo de seleção dos novos vice-presidentes da Caixa está sendo comandando pelo Comitê de Indicação e Remuneração do banco público e será conduzido pela Russell Reynolds, contratada pelo banco público.

Para candidatos internos da Caixa, as exigências para participação do processo seletivo para os cargos de vice-presidentes incluem ingresso no banco público por meio de concurso público, dez anos na instituição, já ter exercido cargo estatutário, curso superior concluído, dentre outras.

Para participantes externos, conforme processo do banco, são necessários no mínimo dez anos no setor público ou privado no setor bancário, atuação de quatro anos em cargo de direção ou de Conselheiro de Administração em empresa de porte da Caixa.

O Conselho de Administração da Caixa já está aparelhado por agentes de mercado, o que impacta nos empregados. Nas negociações da Campanha Nacional 2018, dentre outros ataques direcionados aos trabalhadores, os representantes do banco não garantiram o pagamento da PLR Social.

A presidenta do Conselho de Administração (CA) da Caixa, Ana Paula Vescovi, já sinalizou a intenção de acabar com a prerrogativa dos empregados concursados ocuparem postos de direção. A proposta nasceu de uma pessoa ligada ao Ministério da Fazenda, um órgão capturado pelo sistema financeiro.

“Se essa captura passar para as vice-presidências, essas ameaças não só às funções pública e social do banco como aos direitos dos bancários irão aumentar”, afirma Dionísio Reis.

“Esse é o resultado de um governo ilegítimo mancomunado com os interesses privados, e que por isso não tem o menor comprometimento com as empresas públicas e seus trabalhadores. Em alguns meses serão realizadas eleições gerais para presidente da República e para renovação do Congresso Nacional. É fundamental conhecer as propostas dos candidatos a fim de evitar o aprofundamento desse cenário que não interessa nem aos trabalhadores, nem à população e muito menos à soberania nacional”, afirma Dionísio.

Fonte: Seeb SP