Após as mobilizações do Dia Nacional de Luta realizado nesta quarta-feira, 6, a Contaf-CUT, federações e sindicatos retomaram nesta quinta o processo de negociação com o Itaú Unibanco. Os trabalhadores cobraram do banco o fim das demissões que vêm ocorrendo na empresa.
"Não vamos aceitar essa situação. Queremos que o banco reveja essa pratica nefasta de demitir e garanta os empregos dos trabalhadores, sem rotatividade e com condições dignas de trabalho", completa Cordeiro.
A empresa apresentou os números do Centro de Realocação, que visa a redistribuição dos funcionários para vagas surgidas dentro do banco, evitando demissões. Em 2011, já foram realocados 812 trabalhadores e outros 453 ainda estão em análise para finalização do processo. O número não inclui os resultados do Programa de Oportunidades de Carreira (POC), outro programa interno que também tem a característica de disponibilizar vagas.
O banco disponibilizou ainda dados a respeito das contratações. Segundo a empresa, no mês de maio foram admitidos 1.326 bancários, número que inclui 360 realocações. Em junho, foram 1.399, sendo 759 realocações. O quadro de funcionários diretos do banco cresceu de 74.282 bancários em 2009, para 82.079 em 2010 e atingiu 85.591 em 2011.
"É importante a retomada da mesa de negociação com o banco e que a empresa apresente dados concretos para o movimento sindical. Mas precisamos que o Itaú Unibanco dê efetivamente soluções para os problemas que estamos levando para a mesa", afirma Jair Alves, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, que assessora a Contraf-CUT as negociações com o banco.
"Não temos como considerar as demissões que o banco vem implementando como um ‘turn over normal do mercado’, como o banco alega. Somente em 2011, o movimento sindical estima que tenham ocorrido perto de 4 mil demissões no banco em todo o país. Isso precisa parar", completa Carlos Cordeiro.
Cordeiro relata que o clima encontrado na empresa hoje é de total insegurança. "Os funcionários vão trabalhar sem saber se serão mandados embora. Por outro lado, têm a certeza de que encontrarão uma cobrança absurda pelo cumprimento de metas. Os bancários precisam da tranquilidade de saber que estaremos empregados e de políticas que combatam as práticas de assédio moral e acabem com a cobrança abusiva de metas. Precisamos de condições de trabalho adequadas para que os bancários não adoeçam, como tem ocorrido", afirma.
Os trabalhadores cobraram do banco uma posição firme para acabar com os desvios de função que têm ocorrido com gerentes operacionais e chefes de serviços que trabalham diariamente nos caixas. "Isso demonstra de forma clara a falta de funcionários nas agências", diz Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da COE Itaú Unibanco. "Cobramos uma orientação definitiva da empresa de que esses profissionais têm que executar suas próprias funções e não ficar tapando buraco", completa.
Outros pontos
Os bancários questionaram a empresa também sobre as modificações na fita de caixa, que deixou de ter segunda via em carbono – uma nova impressão da fita pode ser feita por meio de funções implantadas nos caixas. No entanto, os procedimentos ainda não estão claros e a situação vem gerando transtorno para os caixas. Os bancários cobraram definições e treinamento sobre essa situação.
Também foi discutido o funcionamento imediato dos Comitês de Acompanhamento do plano de saúde. Uma agenda indicativa para o início do funcionamento foi discutida.
Encontro Nacional
A Contraf-CUT realiza nesta sexta-feira, 8, às 10h, o Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú Unibanco. O evento, que acontece no auditório Azul da sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, terá como foco a organização das reivindicações específicas dos trabalhadores do banco, com destaque para a luta contra as demissões.
Fonte: Contraf-CUT