A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomaram nesta terça-feira (3) o Comitê de Relações Trabalhistas do Santander, em São Paulo, e cobraram o atendimento de uma série de reivindicações, como a redução das altas taxas de juros e a isenção de tarifas para funcionários e aposentados do banco. Outra cobrança foi a manutenção do plano de saúde para todos os aposentados e a volta do auxílio-academia para todos os trabalhadores. 

"Mesmo após a queda da Selic, os funcionários do banco pagam ainda hoje juros de cheque especial de 5,90% ao mês e de cartão de crédito de 8,45% ao mês, dentre outras taxas, todas muito elevadas para quem representa risco zero de inadimplência", destaca Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT. "Queremos a redução imediata dos juros, além da isenção de todas as tarifas, para todos os funcionários e aposentados,", defendeu. O banco ficou de verificar a questão.

Plano de saúde na aposentadoria

Os bancários também reivindicaram a manutenção do plano de saúde durante a aposentadoria, nas mesmas condições de cobertura assistencial de que o trabalhador goza na ativa, mediante pagamento de igual mensalidade. "Não é justo que o aposentado pague mais caro quando mais precisa de assistência médica", afirma Maria Rosani, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e nova coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

"Hoje, somente os aposentados do Banespa, enquanto associados da Cabesp, contribuem como se estivessem na ativa e usufruem da mesma assistência", enfatiza Camilo Fernandes, diretor da Contraf-CUT. Os demais aposentados com cinco anos ou mais de vínculo empregatício com o Santander, caso queiram manter o plano de saúde, são obrigados pagar a parte deles e a do banco, ficando, muitas vezes, oneroso. Os representantes do banco ficaram de estudar o custo do plano.

Monitoramento de resultados

Foi denunciado o descumprimento da cláusula 35ª da convenção coletiva de trabalho, segundo a qual "no monitoramento de resultados, os bancos não exporão publicamente o ranking individual de seus empregados". O Santander reconheceu que há problemas e que o assunto está sendo inclusive analisado pelos bancos na Fenaban.

"Cobramos orientação aos gestores para que não haja possibilidade de divulgação dos resultados dos funcionários", aponta Maria Rosani.

Auxílio-academia para todos

As entidades reivindicaram a volta do pagamento do auxílio-academia para todos os funcionários, uma vez que o benefício foi limitado em janeiro deste ano para quem recebe salário fixo até R$ 3 mil, o que deixou indignados os demais trabalhadores.

Foi proposto também reajuste para R$ 90, pois o valor está congelado há vários anos. O banco explicou que a mudança ocorreu por força de cortes orçamentários. "Mas o Santander não cortou dinheiro do marketing, contratando até o Neymar", criticou Cristiano Meinbach, diretor do Sindicato dos Bancários de Campinas. O banco ficou de reavaliar o ajuste.

Bolsas de auxílio-educação

Os dirigentes sindicais reivindicaram acesso aos pedidos de bolsas de estudo encaminhados no início do ano. O banco informou que foi atendida a cláusula 7ª do acordo aditivo que estabelece 2.300 bolsas, explicando que 1.500 foram para funcionários que já as usufruíam no ano passado, 720 para novos e 80 estão com pendências de documentação. Um total de 300 pedidos foi recusado em razão da falta de bolsas ou por solicitação de cursos não afins.

A representação sindical pediu um levantamento sobre a expectativa de graduação no final do primeiro semestre, a fim de definir as novas bolsas para o segundo semestre. O banco ficou de levantar os dados.

Condições de trabalho

Os bancários solicitaram a retomada do GT sobre condições de trabalho para discutir temas como contratação de funcionários, fim das metas individuais e das reuniões diárias para cobrança de metas nas agências, e venda responsável de produtos, dentre outras demandas. O banco ficou de agendar uma nova reunião. A representação sindical indicou o próximo dia 24.

O banco concordou em renovar com os sindicatos o acordo coletivo que trata da apuração das denúncias de assédio moral. Muitos instrumentos venceram em janeiro. O banco disse que, enquanto não houver a assinatura de novos acordos, as denúncias continuarão sendo verificadas.

Também foi debatida a situação dos funcionários com deficiência. O banco informou que está cumprindo a cota de 5% prevista na legislação, tendo 2.700 trabalhadores nessa situação. Foi proposta a marcação de uma nova reunião específica para tratar da pauta de reivindicações desses funcionários, que ficou de ser agendada.

Outras reivindicações

Foi ainda cobrado o acesso dos dirigentes sindicais ao call center e a realocação dos funcionários da compensação do Morumbi, em São Paulo, e do centro operacional que está sendo fechado em Salvador. O banco também ficou de verificar.

Os sindicalistas solicitaram informações sobre número de funcionários na ativa e os desligados em 2011, bem como número de funcionários que poderão se aposentar nos próximos dois anos. O banco disse que divulgará um relatório com esses dados até o final deste mês.

Ainda foi reiterada a solicitação de acesso ao portal de RH por parte de dirigentes sindicais e funcionários afastados por motivos de saúde, através da internet. O banco respondeu que está implantando um projeto piloto e que depois pretende disponibilizar o serviço para todos os que se encontram nessa situação.

A ata da reunião ficou de ser redigida e concluída nos próximos dias. "Esperamos que o banco verifique e atenda as demandas apresentadas pelos trabalhadores, a fim de que haja avanços, como forma de valorizar quem produz atualmente 28% do lucro mundial do Santander", ressalta Ademir.

Fonte: Contraf-CUT

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