"Isso é prejudicial para a economia brasileira, inibindo o crescimento econômico, a geração de novos postos de trabalho e o desenvolvimento econômico e social", sustenta. "As taxas de juros brasileiras estão entre as mais altas do mundo já há vários anos, diminuindo a competitividade de nossas exportações, encarecendo o crédito ao consumidor e às empresas e prejudicando as contas do próprio governo. Isso tem que mudar."
A decisão, que era esperada pela maioria dos analistas de mercado, foi unânime. O comitê, em seu comunicado, disse que vê piora em relação à inflação, mas acrescentou que vai aguardar os efeitos das medidas adotadas recentemente para tentar conter o crédito.
"Diante de um cenário prospectivo menos favorável do que o observado na última reunião, mas tendo em vista que, devido às condições de crédito e liquidez, o Banco Central introduziu recentemente medidas macroprudenciais, prevaleceu o entendimento entre os membros do Comitê de que será necessário tempo adicional para melhor aferir os efeitos dessas iniciativas sobre as condições monetárias. Nesse sentido, o Comitê entendeu não ser oportuno reavaliar a estratégia de política monetária nesta reunião e irá acompanhar atentamente a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária", diz o comunicado do BC.
Quando Meirelles tomou posse no BC, em 2003, a taxa básica estava em 25% ao ano e subiu para 25,50% em janeiro e 26,5% em fevereiro, para então iniciar trajetória descendente. Em julho de 2009, chegou ao seu menor nível histórico, 8,75%, no qual se manteve até março deste ano. Voltou a subir em abril, junho e julho. No pico, em março de 1999 (governo FHC), chegou a 45%.
A próxima reunião do Copom, já sob o comando de Alexandre Tombini, cuja indicação para presidir o BC já foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, está marcada para 18 e 19 de janeiro.
"Esperamos que o novo governo reduza a Selic, o que terá efeito dominó no mercado, forçando a queda das altas taxas de juros dos bancos, que hoje ganham fortunas em detrimento do setor produtivo e dos consumidores", conclui Miguel Pereira.
Fonte: Contraf-CUT, com Rede Brasil Atual