O Banco do Brasil não é uma exceção nesse cenário. As estratégias adotadas pela direção do banco pouco ou nada diferem daquelas utilizadas nas empresas privadas e levam aos mesmos resultados: o adoecimento dos bancários.
"A cobrança de metas abusivas consequências desse modelo são as que temos visto: assédio moral, violência organizacional, estresse e adoecimento entre os bancários", afirma Marcel Barros, secretário geral da Contraf-CUT e funcionário do banco.
No Banco do Brasil, a definição das metas acontece por meio do Sinergia, programa vinculado ao Acordo de Trabalho (ATB) das agências e cujos resultados têm influência sobre a distribuição do Módulo Bônus da PLR. É principalmente a partir dele que começa a pressão.
"Os absurdos chegam a ameaças de demissões, sendo que descomissionamentos e transferências têm sido autorizados pela direção do banco. É um abuso que não pode ocorrer em empresa alguma, mas se torna ainda mais grave em um banco público como deveria ser o Banco do Brasil", afirma Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, que também alerta para a necessidade de qualquer bancário que sofra descomissionamento buscar o seu sindicato, pois o BB assinou acordo que não permite ao banco descomissionar bancários antes de três avaliações insatisfatórias consecutivas a partir de setembro de 2010.
A revista O Espelho ouviu a história de três bancários que ilustram esse cotidianode pressão e assédio moral. Suas histórias são amostras de como funciona a cadeia da opressão: a direção do banco define as metas para os superintendentes estaduais, que repassam aos gerentes regionais, que pressionam os gerentes gerais das agências, que descarregam nos demais funcionários. "Essa espiral depressão é parte desse modelo de organizaçãoe tem trazido consequênciasgraves para a saúde dos bancários",afi rma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT.
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Fonte: Espelho Nacional – Maio/2011