Crédito: Agnaldo Azevedo
Agnaldo Azevedo

A Contraf-CUT participou nesta quarta-feira, 4, de audiência com a Secretaria de Política para as Mulheres do governo federal, em Brasília, para discutir a situação da mulher bancária nas instituições financeiras. A representação das trabalhadoras foi recebida pela secretária de Articulação Institucional e Ações Temáticas da Secretaria, Maria Angélica Fernandes.

Estiveram presentes a secretária de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT, Mirian Fochi, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira Leite, e a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Mello.

"Foi um encontro muito positivo, que marcou o início de um diálogo com o governo. Percebemos pontos de contato entre a visão do movimento sindical e a da secretaria no combate à discriminação de gênero nas empresas e em toda a sociedade", afirma Mirian. "Discutimos a criação de um cronograma de reuniões periódicas para podermos contribuir com os debates e potencializar as ações do ministério", completa.

"Levamos a pauta da mulher bancária, que envolve principalmente dificuldades de ascensão profissional e salários menores que os dos homens", disse Juvandia, após o encontro. "Existe um ‘teto de vidro’ que impede a chegada das bancárias aos cargos de chefia e ao alto escalão das instituições financeiras."

As trabalhadoras apresentaram dados do Ministério do Trabalho, que mostram que o salário médio das bancárias é 24% inferior ao dos bancários. A participação feminina nos cargos com maiores salários também é reduzida. Elas ocupam 53% dos cargos funcionais, mas apenas 19% das posições nas Diretorias e Superintendências.

A pesquisa Mapa da Diversidade, aplicada pelos bancos após muita pressão do movimento sindical, também foi apresentada ao governo federal. Segundo o levantamento, as mulheres ganham em média 78,6% do salário dos homens e esta diferença é registrada mesmo quando se considera cargos iguais, em todos os níveis. Dos cargos mais baixos, 53,3% são preenchidos pelas mulheres, enquanto as diretorias e superintendências são compostas em 81% por homens.

"A secretária recebeu nossas reivindicações e falou sobre os planos do governo para a mulher no Brasil. Ela lembrou que a Secretaria de Política para Mulheres assinou recentemente com a Fenaban um protocolo de intenções para estabelecer uma nova política de relações de trabalho entre os bancos e a mulher bancária", conta Jaqueline, destacando que a secretária se comprometeu a manter o diálogo aberto com os sindicatos.

Maria Angélica afirmou também que a Secretaria trabalha em conjunto com outros ministérios para que desenvolvam em suas respectivas pastas políticas prioritárias voltadas à igualdade de oportunidades, como independência financeira, que inclui igualdade salarial; infraestrutura e serviços públicos, cidadania e garantia de direitos, além de saúde e combate à violência.

Fonte: Contraf-CUT, com Seeb SP e Seeb PE