Os bancários contarão com a participação de assessoria técnica, como a doutora em medicina preventiva pela USP e especialista em psicologia do trabalho pela UFPR, Lis Andréa Soboll.
A diretora da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Elaine Cutis, destaca que a disposição da empresa em discutir o tema foi um ponto positivo da última reunião, mesmo com pontos de discordância entre as partes, como o item que diz respeito a não divulgação do nome dos funcionários acusados de prática de assédio, proposta pelo banco. "Se trata de uma decisão que deve ser tomada pelo movimento sindical bancário, uma vez que é responsável pela defesa dos trabalhadores", afirma Elaine.
A posição da Contraf-CUT é que a ocultação dos nomes pode colaborar para a continuidade da prática de assédio moral, uma vez que o assediador poderia sentir-se "protegido" pela empresa.
"Queremos que a disposição da empresa em discutir o tema se traduza em propostas efetivas para melhorar a vida dos trabalhadores. Se o banco quer valorizar de fato as relações de trabalho, é importante construir um programa que proteja os bancários e iniba a prática do assédio moral", defende Elaine.
O tema do assédio moral vem sendo apontado como prioritário pelos bancários em todo país, como tem sido demonstrada na consulta básica encaminhada pela Contraf-CUT. "A partir da conceituação do tema, a expectativa dos trabalhadores é que os entraves sejam superados para que seja possível chegar a um acordo", ressalta Elaine.
"O assédio moral é uma das principais causas de doenças ocupacionais nos bancos. Além de ser responsável por essa terrível forma de violência psicológica e de impor metas abusivas, o Bradesco insiste em negar a existência desta prática na empresa. O banco alega que os gestores são orientados a não cometerem o assédio, mas, na verdade, o problema continua crescendo nos locais de trabalho", conclui o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Almir Aguiar.
Segurança
Acompanhados pela assessoria técnica, os representantes dos trabalhadores ainda debaterão sobre a inclusão como cobertura no plano de saúde o tratamento psicológico e psiquiátrico para vítimas de assédio moral e assalto.
Fonte: Contraf-CUT