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A iniciativa, que será levada pelos sindicatos para as câmaras municipais em todo país, também estabelece aos vigilantes o uso de colete a prova de balas, arma de fogo e não letal autorizada, além de assento apropriado e escudo de proteção. É ainda vedado ao vigilante exercer qualquer outra tarefa que não seja a de segurança.
"Queremos proteger a vida de bancários, vigilantes, clientes e usuários, bem como melhorar as instalações de segurança das instituições financeiras, diante da onda de assaltos a bancos, que tem causado mortes, feriados e pessoas traumatizadas", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
"Não é proibindo celulares que se impedem terceiros de visualizar os saques de dinheiro dos clientes, mas reforçando a estrutura e os procedimentos de segurança dos estabelecimentos", explica o dirigente sindical.
"Escolhemos Belo Horizonte para lançar essa iniciativa para trazer mais segurança para trabalhadores e clientes porque, segundo dados da polícia militar, ocorrem em média 70 ocorrências de saidinha de banco na cidade", destaca o presidente da CNTV, José Boaventura Santos.
"Conforme notícias da imprensa, tivemos 20 mortes envolvendo assaltos a estabelecimentos financeiros em 2010, sendo oito em saidinhas de banco, das quais duas aconteceram na capital mineira", denuncia o sindicalista.
A economista Patrícia Martins Cardoso, de 48 anos, morreu no dia 4 de maio, depois de ser baleada durante uma "saidinha de banco". Ela acompanhava seu pai, que havia realizado saques em agências do BB e da Caixa no bairro Gutierrez. Um homem armado levou a bolsa da vítima e atirou na fuga.
No dia 5 de novembro, o engenheiro civil e ex-secretário de Obras de Uberaba, Osório Joaquim Guimarães Neto, de 55 anos, foi morto ao reagir a um assalto na Rua Andaluzita, bairro Carmo, na Zona Sul. Osório havia acabado de sacar dinheiro em uma agência de Contagem e seguia para outro banco, próximo ao local do crime, para fazer o depósito.
"Aplicar em recursos para prevenir assaltos não pode ser tratado como custo pelos bancos, mas como investimento na proteção da vida das pessoas", ressalta Ademir. Até setembro deste ano, os cinco maiores bancos (BB, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa) acumulam lucros de R$ 32,08 bilhões.
"Os bancos precisam fazer a sua parte, melhorando as precárias condições de segurança privada nos estabelecimentos, assim como os governos devem investir mais na segurança pública, a fim de proteger efetivamente os trabalhadores e a sociedade", conclui Boaventura.
Fonte: Contraf-CUT e CNTV