“A situação da violência contra a mulher se tornou uma constância e precisa ser tratada com a devida importância. Na categoria bancária também existem mulheres que são vítimas de violência. Desde o ano passado cobrávamos a criação de um canal específico para atender as mulheres nesta situação, que traz sérios impactos, além da questão humana, em seu desempenho, com absenteísmo, queda de produtividade, e que podem acabar gerando a demissão dessas mulheres. Ainda vamos definir os detalhes da proposta, mas já é um grande avanço os bancos terem aceitado criar o canal”, avaliou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.
Juvandia lembrou ainda que a violência contra as mulheres é uma realidade que pode ser vista diariamente nos telejornais. “Infelizmente, a realidade não é diferente na categoria. Bancárias sofrem violência, têm dificuldade para cumprir as metas, de comparecer todos os dias ao trabalho e acabam perdendo seus empregos. Esse canal pode ajudá-las a sair dessa situação”, completou.
Os bancos vão construir um texto da proposta e enviar para o Comando Nacional dos Bancários até a semana que vem. O Comando analisará a proposta e, se houver concordância, será assinado um acordo neste sentido ainda no mês de março, com data indicativa para o dia 11.
“É um passo importante para podermos avançar na construção deste instrumento que será fundamental para ajudar as trabalhadoras bancárias a romper o ciclo da violência”, disse a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis.
Censo da Diversidade
Na mesa desta quarta, a Fenaban também apresentou para o Comando Nacional dos Bancários dados preliminares do 3º Censo da Diversidade Bancária.
“É difícil analisarmos com precisão. Ainda não temos os resultados definitivos, mas os dados que foram apresentados mostram que ainda é grande a desigualdade e faltam oportunidades para as mulheres nas maiores faixas salariais. Mostram ainda que a presença de mulheres negras na categoria é muito pequena”, observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.
Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que a diferença da remuneração nos bancos entre homens e mulheres em 1994 era de 21,1%. Em 2018, mantinha-se o mesmo patamar, tendo aumentado para 21,7%.
Os dados definitivos do Censo da Diversidade Bancária devem ser apresentados até o final de março, quando o Comando e a Fenaban voltarão a tratar do assunto e poderão analisá-los com maior precisão para debater propostas de como avançar na promoção da equidade na categoria.