Durante o mês de julho, entidade promove informação e debate sobre racismo nas redes sociais – O Dia Internacional da Mulher Negra é comemorado em toda a América Latina e Caribe, no dia 25 de julho. No Brasil, a data faz referência a Tereza de Benguela, líder quilombola, símbolo da resistência contra a escravidão. Para rememorar a luta de Tereza e de todas as mulheres negras latino-americanas e caribenhas por uma sociedade mais justa, igualitária e livre de preconceitos, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) dedica o mês de julho para informar e debater o combate ao racismo nas redes sociais.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres estudam por mais anos do que os homens. Ainda assim, entre pessoas de 25 a 44 anos de idade, o percentual de mulheres brancas com ensino superior completo (23,5%) é 2,3 vezes maior do que o de mulheres pretas ou pardas (10,4%).

Ao considerar cor ou raça, a desigualdade no atraso escolar se apresenta de forma considerável entre as mulheres: 30,7% das pretas ou pardas de 15 a 17 anos de idade apresentaram atraso escolar no ensino médio, enquanto que apenas 19,9% das mulheres brancas dessa mesma faixa etária estavam em situação semelhante.

As mulheres negras são ainda as que mais se dedicam aos cuidados de pessoas e afazeres domésticos, com 18,6 horas semanais. Mulheres estas que em sua grande maioria tentam conciliares estudos, carreira profissional e questões pessoais.

Para a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, esses dados são reflexos das desigualdades sociais do país e não podem ser ignorados. “Vivemos em pleno século XXI e não podemos mais permitir que as mulheres negras ainda sejam inferiorizadas pelo seu gênero e cor. Não podemos permitir que ainda tenhamos que conviver com o preconceito racial. Por isso, vamos dedicar todo o mês de julho com ações informativas e educativas para combater o racismo”, afirmou Elaine.

Para o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, a luta contra o preconceito racial se torna ainda mais necessária no momento atual, no qual o país passa por uma pandemia e a população negra sofre com a escassez de recursos para a saúde. “Mesmo após todos os esforços e ensinamentos de Tereza de Benguela, infelizmente, ainda vivemos retrocessos e falta de investimentos em políticas públicas para a redução das desigualdades que ameaçam a população negra. Essas desigualdades se destacam ainda mais durante a pandemia. Dados mostram que de cada três brasileiros negros hospitalizados por Covid-19, um morre. Enquanto entre brancos a proporção é de uma morte a cada 4,4 internações”, explicou.

Fonte: Contraf-CUT