Crédito: Paulo Pepe/Seeb SP
A Contraf-CUT realizou nesta quinta-feira, 16, rodada de negociação com o Bradesco. A Comissão de Organização dos Empregados do banco da Contraf-CUT (COE Bradesco) entregou aos representantes do banco pauta de reivindicações específicas dos funcionários. Além disso, os bancários debateram com o banco também a questão do emprego, sobrecarga de trabalho dos gerentes administrativos e cobraram o fim do transporte de valores por bancários.
Entre as demandas apresentadas, estão ampliãção da licença-maternidade para 180 dias, inclusão dos pais no plano de saúde, auxílio-educação, implantação de um PCCS discutido com os trabalhadores, entre outras. "Esperamos que as negociações com o banco possam fluir da melhor maneira possível para que possamos resolver os problemas dos funcionários", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. O banco ficou de avaliar as reivindicações.
Elaine Cutis, diretora da Contraf-CUT e funcionária do banco, destacou a importância do processo de negociação. "É indispensável que se restabeleça uma agenda permanente de discussões entre banco e movimento sindical que traga resultados efetivos para os trabalhadores", afirma.
Emprego – Os trabalhadores cobraram do Bradesco explicações sobre corte de 10% no quadro de funcionários. "A questão do emprego é essencial para o movimento sindical. Não vamos aceitar cortes, ainda mais que os lucros divulgados mostram que não há justificativas para dispensas", afirma Carlos Cordeiro. O diretor de RH do banco, José Luís Bueno, negou a existência de um programa de corte.
Segurança – Os trabalhadores também cobraram novamente do banco o fim dos casos de bancários que fazem transporte de valores, se expondo a risco de assaltos e até mesmo morte. Recentemente, em Coaraci (BA), uma funcionária do banco foi abordada ao transportar valores de táxi para um PAB de uma cidade vizinha e acabou sendo trancada no porta-malas do veículo. O caso resultou ainda na morte do estudante Kleber Trancoso.
"Esse não foi o primeiro caso. O Bradesco é um dos bancos que recebem mais multas da CCASP, órgão da Polícia Federal encarregado de fiscalizar o cumprimento das leis de segurança privada, muitas por conta dessa infração", afirma Carlos. "É uma prática que expõe os trabalhadores a altos riscos e deve ser combatida", acrescenta. O Banco afirmou que está buscando ampliar a contratação de empresas especializadas em transporte de valores. Uma nova reunião será agendada para tratar do tema.
Sobrecarga de trabalho – A Contraf-CUT questionou o banco também sobre os casos de gerentes administrativos que estão sendo obrigados a responder por uma agência de varejo e uma Prime, aumentando sua sobrecarga de trabalho. O representante da empresa disse que se trata de uma experiência em fase de avaliação e se comprometeu a levar as preocupações do movimento sindical à diretoria do banco. "É uma situação que coloca em risco a saúde dos trabalhadores, que serão submetidos a uma sobrecarga de trabalho ainda maior", afirma Elaine.
Além de Carlos Cordeiro e Elaine, participaram da negociação com o Bradesco o vice-presidente da Contraf-CUT e funcionário do banco, Neemias Souza Rodrigues; Juvandia Moreira, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo; Otávio Dias, presidente do Sindicato de Curitiba; Almir Aguiar, presidente do Sindicato do Rio de Janeiro; Marcos Henriques e Silva, presidente do Sindicato da Paraíba; e Leonardo Espíndola, diretor executivo do Sindicato de Pernambuco. Representando o Bradesco participaram José Luís Bueno, Geraldo Grando e Priscila.
Fonte: Contraf-CUT, com Jair Rosa, Seeb SP