A Contraf-CUT já encaminhou para a direção do HSBC a reivindicação de não desconto dos programas próprios de remuneração variável do pagamento da segunda parcela da PLR dos funcionários.
"Quem da diretoria do banco pressiona pelo atingimento das metas recebe fortunas, mas quem está na linha de frente, vendendo os produtos e realmente garantindo o crescimento do lucro, se sente traído pelo HSBC. Esse é o sentimento dos funcionários. Nós vamos mobilizar os trabalhadores e lutar para reverter essa injustiça", salienta.
"A atitude do banco é um desrespeito aos trabalhadores, principais responsáveis pelos ganhos astronômicos do banco. Outros bancos, como o Santander, por exemplo, não descontam os programas próprios de renda variável da PLR de seus funcionários", destaca o funcionário do HSBC e diretor da Contraf-CUT, Sérgio Siqueira.
Farsa
O funcionário do HSBC e secretário de Finanças do Sindicato dos Bancários de Campo Grande (MS), Valdecyr Pereira Rios, o Vavá, exemplifica como a farsa do PPR/PSV funciona em todo o país.
"O banco cobra dos funcionários metas abusivas, incentivando o seu cumprimento pela remuneração via PPR e PSV. O banco pela convenção coletiva é obrigado a pagar a PLR, mas de forma descarada desconta do valor obrigatório da remuneração de seus programas específicos. Assim, por exemplo, se é devido ao funcionário R$ 5.500 de PPR/PSV, e R$ 5.500 de PLR, o bancário recebe apenas R$ 5.500 da PLR", explica Vavá.
"Propomos que o bancário recebe a somatória de todos os programas. O banco não esclarece aos funcionários a regra. O trabalhador se mata o ano todo para bater a meta e, quando chega o momento de ganhar, não há nada a receber. Queremos que o bancário seja valorizado no seu trabalho pelo atingimento das metas. Já basta toda a pressão que sofre", critica Vavá.
Além disso, "o banco não negocia com representantes sindicais o PSV/PPR e, de forma arbitrária, impõe metas altíssimas para o programa e por conta disso os dirigentes sindicais dos sindicatos filiados à Contraf-CUT há mais de três anos nem mais acompanham esse tipo de reunião da comissão interna dos funcionários ", afirma a funcionária do HSBC e diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Liliane Fiuza.
Aos clientes, resta o atendimento precário, feito por funcionários desvalorizados, insatisfeitos e sobrecarregados, e o pagamento de tarifas que atingem valores cada vez mais altos, incomparáveis com outros lugares do mundo. "O desrespeito é a regra no banco inglês", frisa Sérgio.
CDP
Outra crítica dos representantes legítimos dos bancários é em relação ao CDP, sistema de avaliação individual anual dos bancários, que não é feito de forma séria e acaba pesando mais o atingimento das metas.
Um dos elementos da avaliação é a quantidade de contas correntes abertas pelos bancários. Por exemplo, o banco estabelece como meta a abertura de 40 contas, o bancário consegue 70, mas o banco não aprova o limite de 50, a culpa por não bater a meta recai sobre o bancário, que tem uma má avaliação.
"Se o banco está emprestando pouco ao cliente, quem paga por não bater as metas é o funcionário, acabando por apresentar nota ruim no CDP, o que pode gerar demissões. O banco tem o direito de não emprestar, mas não pode prejudicar o trabalho do bancário. O CDP, como está configurado não é correto, é injusto", avalia Vavá.
Os sindicatos vêm recebendo denúncias de que os gestores ao final são obrigados a rebaixar notas do CDP, mesmo que o trabalhador tenha tido excelente performance para enquadrar todos na curva.
"Em todo o país,há um sentimento de desmotivação e indignação por parte dos funcionários do HSBC. Este clima é comprovado pelo fato de que nos últimos meses o número de pedidos de demissões terem sido maiores do que os de dispensas sem justa causa", salienta o diretor da Contraf-CUT.
Mobilização
Nos próximos dias, a Contraf-CUT pretende retomar as negociações específicas com o HSBC e o tema do pagamento do PPR/PSV X PLR estará na pauta. "Passou da hora de o banco respeitar e valorizar os seus funcionários e rever estes absurdos de seu programa próprio de remuneração variável", finaliza Miguel.
Fonte: Contraf-CUT