A Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), realizou de 10 a 12 de maio o Seminário “Escravidão de Negras e Negros no Brasil: quais as consequências”. Para relatar os episódios históricos e traumáticos do período da escravidão, os temas abrangeram desde o contexto histórico, com abordagem sobre colonialismo e escravidão, até a abolição, a revolta da Chibata, globalização e Multiculturalismo.
No dia 12, ao palestrar sobre Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), fez um balanço histórico da luta dos bancários contra o preconceito e a discriminação. Alertou que um dos setores de maior desigualdade é o setor bancário, onde o 2º Censo da Diversidade mostrou, em 2014, que, dos 500 mil bancários brasileiros, somente 24,7% são negros. Segundo este censo, o salário do negro é 27% menor do que o do trabalhador branco. E a cor da pele dificulta a ascensão dos bancários negros a cargos de chefia com melhor remuneração.
Para Almir, debater esses temas e resgatar nossa História é fundamental na luta contra a discriminação é o preconceito racial. “A abolição chega aos 129 anos. O momento não é de celebração. A princesa Isabel só assinou a Lei Aurea em 13 de maio de 1888 por pressão do movimento abolicionista e pela luta dos negros e negras pela liberdade dos irmãos. Os recursos financeiros do estado serviram para bancar a vinda dos imigrantes estrangeiros e indenizar os senhores da época por terem libertado seus escravos. A Lei não garantiu nenhum direito social, como, saúde, educação, moradia e emprego. Hoje lutamos pela reparação, por todos os danos e mazelas causados aos nossos irmãos que foram escravizados”, disse o diretor da Contraf-CUT.
O evento, evento, realizado no auditório da ECA-USP, fez parte do pós-doutorado do Procurador Federal do Trabalho-RJ Wilson Prudente, com a supervisão do Prof. Denis Oliveira.