A Contraf-CUT é veementemente contra a utilização da avaliação no Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) como forma de pressão para o cumprimento de metas na Caixa Econômica Federal. É o que deve acontecer com a abertura de novo Ciclo da GDP que agora passa a atingir todos os 80 mil empregados da instituição financeira, inclusive os bancários sem função comissionada, anunciada na última sexta-feira (13).
Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE-Caixa), lembrou que a revogação da versão 41 da RH 184 e o fim da GDP são duas das principais reivindicações dos trabalhadores na Campanha Nacional 2018. ” A direção da Caixa tomou duas atitudes unilateralmente: definiu que todos devem responder ao GDP e que o programa é razão de descomissionamento. Por isso os trabalhadores não podem aceitar que as chefias coloquem unilateralmente as metas do GDP denunciando aos sindicatos abusos.”
A mudança acontece depois de a direção da Caixa divulgar, no fim de junho, sem qualquer negociação, a mais nova versão (41) da RH 184 determinando que avaliação negativa na Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) pode resultar em apontamento para descomissionamento (MO21182).
Fabiana Ueraha Proscholdt, secretária de Cultura e representante da Contraf-CUT nas negociações com o banco lembra que “a Caixa vai avaliar o nosso pleito de retirar o GDP dos motivos de descomissionamento.”
O Sindicato dos Bancários de São Paulo já recebeu diversas denúncias afirmando que as metas estão sendo impostas pela chefia, e o empregado não tem opção a não ser assinar a adesão ao novo ciclo.
“A preocupação é como a busca por essa exigência pelos caixas vai prejudicar no desempenho no dia a dia”, reclama uma bancária que trabalha em agência. “Sabemos que é uma função que exige atenção, concentração, e o prejuízo vem direto no nosso bolso, caso haja. E a busca por venda nos caixas pode nos prejudicar numa eventual diferença de valores. Agora surge uma exigência de compartilhamento de metas, que são responsabilidades dos gerentes. Mas na hora em que um caixa tem seu prejuízo, quem vai querer compartilhar com ele esse prejuízo? Ninguém”, protesta a empregada.
Um bancário de área meio da Caixa avalia que a GDP tem sido um instrumento de pressão usado pelos gestores para impor sobrecarga de trabalho, resultando no aumento dos adoecimentos. “Na minha unidade, por exemplo, há trabalhadores adoecendo e trabalhadores doentes sendo sobrecarregados e ameaçados pela gestão do banco com a retirada de função. Da parte da gestão, não querem nem saber de ouvir trabalhador. Ou o trabalhador cumpre a GDP imposta pelo gestor, ou perde a função.”