Crédito: Augusto Coelho/Fenae
Augusto Coelho/Fenae
Carlos Cordeiro fala na mesa de abertura do 28º Conecef

Rede de Comunicação dos Bancários (*)

O chamado à unidade de todos os empregados da Caixa Econômica Federal, para avançar ainda mais nas conquistas, foi a ênfase do ato de abertura do 28º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado na noite desta sexta-feira (15), no Hotel Caeser Park, em Guarulhos (SP), nas proximidades do Aeroporto Internacional . O evento vai até domingo (17) e visa definir as reivindicações específicas que serão apresentadas à direção do banco na Campanha Nacional 2012 e nas negociações permanentes.

O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, deu o norte para avançar ainda mais nas conquistas da Campanha Nacional na Caixa e nos demais bancos: fortalecer o grau de unidade dos trabalhadores, respeitando as decisões dos fóruns da categoria. Ele convocou todas as correntes políticas do movimento sindical bancário a debater os temas apontados pelo Comando Nacional (emprego, remuneração, saúde, condições de trabalho, segurança e sistema financeiro) e participar da 14º Conferência Nacional dos Bancários, de 20 a 22 de julho, em Curitiba.
Para Carlos Cordeiro, a Campanha Nacional 2012 deve priorizar também o diálogo com a sociedade para baixar mais ainda as taxas de juros e as tarifas bancárias, aprofundando assim o debate sobre o papel dos bancos públicos. Segundo ele, o acesso ao crédito é outra necessidade premente, para que o crescimento da economia nacional desemboque em desenvolvimento com distribuição de renda.

Ele lembrou que a categoria bancária é a única do país respaldada por Convenção Coletiva Nacional de Trabalho, "e isto só foi possível graças ao grau de unidade dos trabalhadores das instituições financeiras públicas e privadas".

Movimento plural

Também presente ao ato de abertura do evento, o presidente da Fenae, Pedro Eugenio Leite, lembrou o caráter plural do Conecef como imprescindível para fazer da Caixa o banco que ela é hoje. Ele considera que a divergência faz parte da luta e engrandece os debates. Pedro Eugênio afirma que a Fenae se orgulha de ter sua marca junto com a da Contraf-CUT e a da Federação Nacional dos Aposentados (Fenacef).

O representante da Funcef, Antonio Bráulio de Carvalho, diretor eleito da pasta de Planejamento e Controladoria, afirmou que a Diretoria Executiva da Fundação é praticamente, hoje, resultado dos Conecefs realizados ao longo dos 28 anos do evento, "quando fomos aprendendo na luta a necessidade de gerir o patrimônio dos trabalhadores". A Funcef, segundo Bráulio, registra hoje a marca de 120 mil participantes, o que representa 90% dos empregados da Caixa a ela associados.

Para o representante da Fenacef, Olívio Gomes, a luta na Caixa não para. Ele acrescenta: "Cada vez mais crescem os problemas e, devido a isso, o movimento se mobiliza para que seja reafirmada a dignidade dos trabalhadores no momento da aposentadoria".

Elevação da consciência do trabalhador

Carlos Alberto de Oliveira Lima, representante da Confederação dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB), salienta a importância do Conecef. "O Congresso é um fórum plural da categoria. Representa um arcabouço de lutas e conquistas unificadas. Nossa primeira luta foi pelo direito de sermos reconhecidos como bancários. Hoje, após 28 anos, alguns desafios foram superados e outros surgiram. De fato, a briga por direitos jamais acaba. O resultado disso é a elevação da consciência dos trabalhadores conseguida pela unidade na luta. A marcha da vitória é a marcha dos trabalhadores. É uma jornada que se inicia cotidianamente".

Empregados no limite

Este é um momento especial da Caixa pelo fato de ter assumido um papel importante na intensificação da queda dos juros do país. Mas os empregados estão sendo esquecidos neste processo. A empresa está intensificando a pressão para cumprimento de metas e os empregados estão trabalhando no limite.

"Nós, do movimento sindical, também devemos intensificar nosso trabalho neste momento, no sentido de garantir a qualidade da saúde e rendimento dos empregados. Que cada um leve para suas bases a vontade de trabalhar e implementar as diretrizes que tirarmos conjuntamente neste Conecef", salienta Gabriel Musso, da Federação dos Bancários do São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Bernadete Martins, representante da Intersindical, destacou a importância do cumprimento no Conecef da cota de gênero de 30%. "Temos agora que perseguir a meta de 50% em todas as instâncias".

Atrair os jovens para a luta

Sergio Amorim, diretor da Contraf-CUT e representante da CUT Socialista de Democrática (CSD), destacou a importância da pluralidade do Conecef. "É um espaço aonde conseguimos unir o maior número de pensamentos políticos e reunir todas as gerações que construíram, constroem e vão construir a Caixa. Isso torna o Congresso um espaço privilegiado de construção coletiva", afirmou. Ele ressaltou ainda o desafio de suplantar a dificuldade de trazer a nova geração de empregados para o movimento sindical. "Temos a obrigação de dialogar com essa juventude".

‘Sangue no olho’

De acordo com Jaqueline Machado, da Fetec de São Paulo, os empregados da Caixa querem mais dignidade nos locais de trabalho e no atendimento dos clientes, além de um relacionamento digno com a sociedade brasileira. "Temos que nos mobilizar para combater o assédio moral que se transformou em instrumento de gestão do banco. Que a gente saia daqui com sangue no olho para reverter estas situações vividas pelos bancários em seu cotidiano. Queremos uma Caixa forte e de atuação forte para todos os trabalhadores e para a sociedade brasileira", afirma.

Ato pelo Direito de Greve

Altino de Melo Prazeres Júnior, representante da Central Sindical e Popular (CSP – Comlutas), convocou os bancários a participarem no próximo dia 25 de junho, na Faculdade São Francisco da USP, do ato pelo Direito de Greve.

"A crise que começou em 2007 ainda não se encerrou e mais uma vez os custos dela na Europa estão sendo jogados sobre os trabalhadores, com redução de direitos e salários. Essas medidas terão impactos no mundo do trabalho como um todo. Aqui no Brasil as categorias estão mobilizadas", salienta.

Temas em debate no 28° Conecef:

– Organização do movimento;
– Saúde do Trabalhador/Condições de Trabalho/Saúde Caixa;
– Funcef/Aposentados;
– Segurança Bancária;
– Representação dos Trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa;
– Jornada/Sipon/Isonomia;
– Contratação e papel da Caixa.

Confira a programação deste sábado e domingo:

Sábado

9h – Instalação e inicio dos trabalhos dos grupos;
10h45 – Intervalo
11h – Retomada dos trabalhos dos grupos;
13h – Almoço
14h – Conclusão dos trabalhos dos grupos
15h – Intervalo
15h30 – Plenária geral: apresentação dos relatórios dos grupos;
19h – Jantar

Domingo

9h – Plenária geral: debate sobre organização do movimento e outros
11h – Intervalo
11h15 – Plenária geral: conclusão dos debates sobre organização do movimento e outros
13h15 – Plenária geral: votação das moções
13h30 – Encerrament

(*) Renata Bessi e Antonio José Reis

Fonte: Contraf-CUT