A Contraf-CUT, as centrais sindicais brasileiras (CUT, Força Sindical e UGT), as federações internacionais (FITIM, ICEM, ISP, UNI, ITF e FIT) e a Confederação Sindical de Trabalhadores/as das Américas (CSA) realizam nesta terça-feira, 15, às 10h, protesto em frente ao consulado geral do México em São Paulo. O ato marca o dia de Ação Internacional em Solidariedade ao movimento sindical mexicano e às famílias das vítimas da tragédia da explosão da mina de carvão da Pasta de Concho, ocorrida em 2006 naquele país latino-americano.

O acidente completará cinco anos no próximo sábado, dia 19. Neste dia, em 2006, um desabamento vitimou 65 trabalhadores numa mina de carvão conhecida como Pasta de Conchos, em San Juan de Sabinas, estado de Coahuila, próximo à fronteira com os Estados Unidos.

A tragédia foi provocada por falhas no sistema de ventilação da mina, administrada pelo Grupo México, uma das empresas mais poderosas do país. O descaso com os dispositivos de segurança facilitou a concentração de gases inflamáveis, que se formam naturalmente durante a extração do carvão, levando a uma explosão.

As equipes de busca desistiram de resgatar os trabalhadores apenas uma semana depois do acidente, assim que especialistas comprovaram que a intensidade da explosão e o calor provocado pela combustão dos gases no interior da mina, bem como as toxinas liberadas no processo, não teriam deixado sobreviventes. Com isso, 63 dos 65 mineiros mortos continuam soterrados na mina.

Durante o ato, será entregue ao cônsul José Gerardo Traslosheros Hérnandez uma carta de repúdio à postura do governo mexicano em relação ao desastre de Pasta de Conchos e à falta de liberdade sindical no país, que é grave. Na carta, os manifestantes exigirão que o governo Felipe Calderón:

1) Tome as medidas necessárias para que os envolvidos na tragédia de Pasta de Conchos assumam suas responsabilidades pelas 65 mortes e pelos corpos insepultos;
2) Respeite a convenção nº 87 da OIT que garante aos trabalhadores liberdade sindical;
3) Pare de reprimir, pelo uso da força e da justiça, as demandas dos trabalhadores por melhores salários e condições de trabalho; e
4) Dê um basta na perseguição dos sindicatos, sobretudo o Sindicato dos Mineiros e o Sindicato dos Eletricistas.

"O governo mexicano precisa respeitar as famílias dos 63 trabalhadores que não puderam ainda enterrar dignamente seus entes queridos. Exigimos os resgate dos corpos dos mineiros e o respeito à livre organização sindical dos trabalhadores mexicanos", afirma Ricardo Jacques, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT e responsável pela realização do ato no Brasil pela UNI Américas.

Fonte: Contraf-CUT