A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomam nesta terça-feira (12), às 14h, a negociação com o Santander para a renovação do acordo aditivo à convenção coletiva dos bancários e do Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS). A reunião acontece no 16° andar do prédio do ex-Banespa, no centro de São Paulo.

Trata-se da segunda rodada de discussões com o banco espanhol. A primeira ocorreu na última terça-feira (5) logo após a entrega da minuta de reivindicações específicas dos funcionários.

> Clique aqui para ler a íntegra da minuta.

Os representantes do banco propuseram a renovação do aditivo e do PPRS, nas mesmas condições vigentes, sem quaisquer alterações, com a assinatura de um acordo com prazo de dois anos. Os dirigentes sindicais cobraram avanços.

"Queremos discutir o aditivo e o PPRS, mas com a perspectiva de garantir avanços para os trabalhadores brasileiros, responsáveis por 27% do lucro mundial do Santander, o melhor resultado do banco em todo mundo", defende Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT.

Ele lembrou que, apesar da crise financeira na Espanha, a última assembleia dos acionistas do Santander Brasil, ocorrida no dia 24 de abril, aprovou por maioria a remuneração global anual de R$ 300 milhões para apenas 64 administradores do banco em 2012, o que representa um aumento em relação ao ano de 2011, quando foram destinados R$ 283,540 milhões para esse alto escalão do banco.

"É injusto e inaceitável que os trabalhadores recebam tratamento diferenciado e não sejam valorizados", cobrou o diretor da Contraf-CUT.

Os dirigentes sindicais ressaltaram também que as consultas feitas pelos sindicatos junto aos funcionários indicaram em todo país que a maior prioridade é a garantia de emprego. Na Espanha, mesmo com a crise financeira, o Santander não demite, mas aqui no Brasil o banco pratica a política nefasta da rotatividade, dispensando milhares de trabalhadores.

"Propomos inclusive a retomada da licença remunerada pré-aposentadoria, o pijama, como forma de evitar demissões", afirma Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, instância da Contraf-CUT que assessora as negociações como banco.

Outras prioridades dos bancários são a ampliação das bolsas de estudos para pós e segunda graduação e a manutenção do plano de saúde durante a aposentadoria nas mesmas condições dos trabalhadores da ativa, dentre outros pontos.

Reunião da COE do Santander

Antes da negociação, a Contraf-CUT realiza às 9h30 uma reunião da COE do Santander para preparar os debates com o banco. O encontro ocorre no Auditório Azul do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Reunião com presidente do Santander Brasil

A Contraf-CUT e o Sindicato dos Bancários de São Paulo se reúnem nesta quarta-feira (13), às 12h, com o presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, em São Paulo. A reunião estava agendada para ocorrer no último dia 6, mas foi adiada pelo banco.

O diálogo fora solicitado pelas duas entidades sindicais que enviaram cartas ao banco, após as especulações divulgadas pela imprensa sobre uma possível venda da subsidiária brasileira do banco espanhol.

"Queremos obter informações sobre a real situação do banco, sobretudo diante da crise financeira da Espanha, bem como as medidas que estão sendo tomadas e o impacto sobre a atuação da instituição no Brasil", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. "Estamos muito preocupados com o emprego e os direitos dos 54 mil funcionários e dos milhares de aposentados do banco", destaca.

Fonte: Contraf-CUT