Crédito: Roberto Parizotti. CUT-SP
Roberto Parizotti. CUT-SP
Manifestação da CUT no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo

A Contraf-CUT saúda o 1º de maio, dia do trabalhador e da trabalhadora, celebrado em quase todo mundo, para lembrar e reafirmar as lutas e conquistas da classe trabalhadora na construção de uma sociedade mais humana, justa, democrática, participativa e solidária. Ao mesmo tempo, é uma data oportuna para enfatizar as grandes bandeiras do movimento sindical, como a redução drástica das taxas de juros dos bancos e do spread bancário e a regulação do sistema financeiro.

"Temos muito a comemorar neste 1º maio, como a recuperação do emprego para os níveis antes da crise global de 2008, a conquista de aumentos reais de salários desde 2004, a consolidação da unidade nacional dos bancários e o fortalecimento da CUT para organizar as lutas e mobilizar os trabalhadores no rumo das transformações sociais", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

"Mas ainda temos muito para protestar e reivindicar, sobretudo diante da falta de responsabilidade social do sistema financeiro que não está ouvindo os clamores dos trabalhadores, do governo e da sociedade para baixar os juros e o spread, os mais altos do planeta, travando o crescimento do país com desenvolvimento econômico, distribuição de renda e inclusão social", destaca.

"As quedas anunciadas até agora pelos bancos, especialmente os privados, foram pequenas, estreitas e insuficientes, sendo que muitas não passaram de lances de marketing e perfumaria para enrolar a sociedade", denuncia o dirigente sindical.

Lógica perversa

Para Cordeiro, tem razão a presidenta Dilma que, no pronunciamento transmitido em rede de rádio e televisão na véspera do 1º de maio, cobrou dos bancos privados mais esforços para reduzir as taxas de juros cobradas em empréstimos, cartões de crédito e no cheque especial. Ela aconselhou o brasileiro a procurar os bancos que ofereçam as taxas mais baixas.

"É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo. Esses valores não podem continuar tão altos. O Brasil de hoje não justifica isso. Os bancos não podem continuar cobrando os mesmos juros para empresas e para o consumidor, enquanto a taxa básica Selic cai, a economia se mantém estável e a maioria esmagadora dos brasileiros honra com presteza e honestidade os seus compromissos", disse Dilma.

Segundo a presidenta, os bancos privados estão sem argumento para explicar a manutenção dos altos juros cobrados dos clientes. "O setor financeiro, portanto, não tem como explicar essa lógica perversa aos brasileiros. A Selic baixa, a inflação permanece estável, mas os juros do cheque especial, das prestações ou do cartão de crédito não diminuem".

Para ela, "a economia brasileira só será plenamente competitiva quando nossas taxas de juros, seja para o produtor seja para o consumidor, se igualarem às taxas praticadas no mercado internacional".

Mobilização

Desta forma, a Contraf-CUT vai reforçar a luta dos trabalhadores não somente pela queda dos juros e do spread, mas também pela regulação do sistema financeiro, a fim de que os bancos públicos e privados venham a atender os interesses da sociedade brasileira.

"Queremos a convocação de uma conferência nacional sobre o sistema financeiro, nos moldes de outros encontros temáticos já realizados sobre saúde, educação, segurança pública e comunicação, como forma de envolver a sociedade no debate sobre o banco que temos e o que queremos para que o Brasil tenha crédito maior e mais barato, possibilitando crescimento sustentável com desenvolvimento para todos os brasileiros", defende Cordeiro.

A construção de outro sistema financeiro será também debatida na Campanha Nacional dos Bancários 2012, que começa a ser planejada na reunião do Comando Nacional, na próxima sexta-feira, dia 4, às 15h, no auditório da Contraf-CUT, em São Paulo.

"Vamos definir o calendário de organização, buscando ampliar ainda mais o processo democrático e participativo da categoria em todo país, a fim de que tenhamos maior força de mobilização, para que possamos avançar nas conquistas econômicas e sociais e contribuir para as transformações que o Brasil precisa, como emprego decente, segurança, igualdade de oportunidades e qualidade de vida, colocando as pessoas em primeiro lugar", aponta Cordeiro.

Fonte: Contraf-CUT

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