O debate sobre a imposição de controles de capitais ganhou peso na reunião do G20 que ocorre esta semana na Coréia do Sul, após o Estados Unidos injetarem US$ 600 bilhões nos bancos do país, o que vai provocar uma inundação de dólares no exterior, valorizando ainda mais outras moedas, como o real.

O tema teve destaque na agenda da reunião preparatória, relatou o representante do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista Jr., antigo defensor da medida: "O assunto deixou de ser um anátema", disse.

Com juros e ritmo de crescimento mais elevados que o norte-americano, os países emergentes se tornaram destinos preferenciais de capitais especulativos em busca de ganhos de curto prazo, o que provoca a valorização de suas moedas. E gera o risco de altas excessivas e artificiais de ativos como ações e imóveis.

Tailândia, Indonésia, Equador e Rússia começaram a impor medidas para tornarem-se menos atrativos para recursos de curto prazo, reduzindo sua remuneração potencial. Já o Brasil limitou-se a elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre aplicações de estrangeiros em renda fixa e variável.

Sri Mulyani Indrawati, diretora do Banco Mundial (Bird), disse, na Malásia, que os países asiáticos poderão necessitar controlar capitais para evitar que o aumento de liquidez decorrente da decisão do Fed provoque o surgimento de bolhas em suas economias.

Indrawati ressaltou que qualquer medida seria temporária e de caráter específico. A China, que já possui controle de capitais, decidiu elevar as restrições à entrada de recursos estrangeiros no país.

O organismo responsável pelo câmbio anunciou que vai intensificar a fiscalização sobre a remessa de fundos de companhias chinesas que operam no exterior e sobre investimentos estrangeiros diretos.

Fonte: Monitor Mercantil

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