Caderno Especial da Contraf-CUT resgata trajetória da convenção nacional

A vitoriosa Campanha Nacional de 2012, que pelo nono ano consecutivo conquistou aumento real de salário, melhorias na PLR e em outras cláusulas econômicas e sociais, celebra uma data histórica: os 20 anos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos Bancários.

Assinada pela primeira vez em 1992, a CCT garante aos bancários os mesmos salários e os mesmos direitos em todo o território nacional e em todos os bancos, públicos e privados.

"Essa é uma conquista histórica e única no Brasil, uma construção de muitas e muitas gerações de bancários. Fruto da ousadia, da coragem da categoria para a luta, da sua capacidade de organização e da busca permanente da unidade nacional, a Convenção Coletiva é hoje um paradigma para as demais categorias de trabalhadores do país", comemora Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

"Assinar a convenção coletiva em 1992, embora naquele momento só para bancos privados e estaduais, foi de extrema importância para nossa luta e sobretudo para nossa unidade. Se antigamente havia os acordos coletivos por Estado, no momento em que conseguimos unificar a categoria numa única convenção, isso abriu um novo caminho para as conquistas futuras que tivemos nos últimos períodos", conta Carlos Cordeiro.

Com essa unidade nacional e capacidade de mobilização, por exemplo, nos últimos nove anos os bancários conquistaram com paralisações massivas 16,22% de aumento salarial acima da inflação, além de ganho real de 35,57% no piso e melhorias sucessivas na PLR.

"Além das conquistas econômicas, obtivemos com unidade e luta importantes avanços nas cláusulas sobre saúde, condições de trabalho, combate ao assédio moral, segurança bancária e igualdade de oportunidades", acrescenta o presidente da Contraf-CUT.

Clique aqui para acessar o caderno especial da Contraf-CUT, em pdf, sobre os 20 anos da Convenção Coletiva dos bancários.

E veja abaixo as principais conquistas dos bancários nos últimos 20 anos:

1992 – Assinatura da primeira Convenção Coletiva de Trabalho, válida para todo o país.

1994 – Conquista do Vale-alimentação.

1995 – Bancários são a primeira categoria a conquistar a Participação nos Lucros e Resultados. Veja no final do texto a evolução da PLR desde então.

1997 – Complementação salarial para afastados por doença ou acidentes e conquista da verba de requalificação profissional na demissão. Criada a comissão permanente de saúde.

1998 – Implementação do Programa de Prevenção, Tratamento e Readaptação de LER/DORT.

2000 – Inclusão na CCT da cláusula sobre Igualdade de Oportunidades.

2003 – Primeira campanha salarial unificada. Com greve, bancários dos bancos públicos conquistam a mesma PLR dos bancos privados.

2004 – Conquista, com greve, de aumento real de 1,7% no salário e de 5,7% sobre o piso.

2005 – Após greve vitoriosa, o BB assina pela primeira vez a CCT da categoria. Bancários conquistam 0,9% de ganho real no salário. Empregados da Caixa conquistam equiparação do valor da cesta-alimentação da Fenaban.

2006 – Conquista do valor adicional de PLR e de 0,6% de aumento real.
– Pela primeira vez, a Caixa assina a Convenção Coletiva de Trabalho.
– Implantação de grupo de trabalho para debater assédio moral.

2007 – Conquista da 13ª cesta-alimentação e de 1,1% de ganho real.

2009 – Licença-maternidade de 180 dias.
– Aumento real de 1,5%.
– Mudança no modelo de cálculo e melhorias da PLR adicional.
– Inclusão dos parceiros de mesmo sexo nos Planos de Saúde.
– Avanços na igualdade de oportunidades. 1
– 15 mil contratações no BB e na Caixa.
– Programa de reabilitação profissional.
– Criação de mecanismos de combate ao assédio moral.

2010 – Inclusão na CCT, pela primeira vez, de cláusula com mecanismo de combate ao assédio moral. Ganho real de 3,1% no salário e de 11,6% no piso.

2011 – Aumento real de 1,5% no salário e de 4,3% no piso.
– Fim de divulgação de rankings individuais de produtividade.
– Avanços no combate ao assédio moral e no PCMSO.
– Aviso prévio proporcional.
– Cinco mil novas contratações na Caixa.
– Proibição do transporte de numerário por bancários.
– Avanço na igualdade de oportunidades.
– Vitória política sobre a "ameaça da inflação" com o aumento real de salário.

2012 – Ganho real de 2% no salário e de 2,95% no piso, no auxílio-refeição, na cesta-alimentação e na 13ª cesta-alimentação.
– Cláusula garantindo os salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica.
– Implementação de projeto-piloto para experimentar medidas defendidas pelos bancários e vigilantes para a melhoria da segurança nos bancos.
– Realizar novo censo na categoria para verificar questões como gênero e raça, na perspectiva da igualdade de oportunidades.

Confira como foi a evolução da PLR dos bancários.

Evolução da PLR
Ano Regra Básica Majoração da Regra Básica: ocorre quando o montante a ser distribuído pela regra básica não atinge 5% Teto individual da regra básica, em caso de majoração da mesma Parcela Adicional
Parcela Proporcional ao salário Parcela Fixa Teto individual da regra básica
1995 72% R$ 200,00
1996 60% R$ 270,00 2 salários do empregado
1997 80% R$ 300,00 R$ 3.000,00 Valor individual referente à regra básica majorado até que o montante da mesma atinja 5% do lucro líquido, ou até que o valor individual da regra básica iguale 2 salários do empregado, o que ocorrer primeiro R$ 6.000,00
1998 80% R$ 300,00 R$ 3.000,00 R$ 6.000,00
1999 80% R$ 400,00 R$ 3.250,00 R$ 6.500,00
2000 80% R$ 450,00 R$ 3.500,00 R$ 7.000,00
2001 80% R$ 500,00 R$ 3.800,00 R$ 7.600,00
2002 80% R$ 550,00 R$ 4.100,00 R$ 8.200,00
2003 80% R$ 650,00 R$ 4.617,00 R$ 9.234,00
2004 80% R$ 705,00 R$ 5.010,00 R$ 10.020,00
2005 80% R$ 800,00 R$ 5.310,00 R$ 10.620,00
2006 80% R$ 828,00 R$ 5.496,00 R$ 10.992,00 Distribuição linear  de 8% da variação em valor absoluto do crescimento do lucro líquido no ano, com limite individual de R$ 1.500,00
2007 80% R$ 878,00 R$ 5.826,00 R$ 11.652,00 Distribuição linear  de 8% da variação em valor absoluto do crescimento do lucro líquido no ano, com limite individual de R$ 1.800,00
2008 90% R$ 966,00 R$ 6.301,00 Valor individual referente à regra básica majorado até que o montante da mesma atinja 5% do lucro líquido, ou até que o valor individual da regra básica iguale 2,2 salários do empregado, o que ocorrer primeiro R$ 13.862,00 Distribuição linear  de 8% da variação em valor absoluto do crescimento do lucro líquido no ano, com limite individual de R$ 1.980,00
2009 90% R$ 1.024,00 R$ 6.680,00 R$ 14.696,00 Distribuição linear de 2% do lucro líquido do banco, com limite individual de R$ 2.100,00
2010 90% R$ 1.100,80 R$ 7.181,00 R$ 15.798,20 Distribuição linear de 2% do lucro líquido do banco, com limite individual de R$ 2.400,00
2011 90% R$ 1.400,00 R$ 7.827,00 R$ 17.220,04 Distribuição linear de 2% do lucro líquido do banco, com limite individual de R$ 2.800,00
2012 90% R$ 1.540,00 R$ 8.414,34 R$ 18.511,54 Distribuição linear de 2% do lucro líquido do banco, com limite individual de R$ 3.080,00

Fonte: Contraf-CUT

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