Bancos de pequeno porte ficarão de fora da licitação bilionária do Banco Postal que ocorrerá hoje. Além de estipular valores de ativos de patrimônio líquido que restringem a concorrência a 12 instituições financeiras que atuam no País, os Correios vetaram ainda a formação de consórcios de bancos menores para participar do leilão.
 

"Nossa área técnica considera que não é adequado fazer isso. Por quê? Porque é inviável fazer um consórcio de bancos regionais. Como é que eles vão atender nacionalmente? Nós estamos contratando um banco para sermos correspondente dele. Então, se ele não puder atender no Amazonas, não tem sentido", afirmou ao Estado o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro.

Pinheiro salientou, porém, que nada impede que os bancos menores depois façam parcerias com os grandes para atender às demandas regionais. "O pequeno não pode fazer consórcio com um grande (para concorrer ao leilão). Mas depois ele pode se associar como banco regional para cuidar da área de interesse daquele público regional."

Pelos critérios do edital, só poderão participar da concorrência instituições financeiras que se enquadrem nos seguintes quesitos: ativos de R$ 21,6 bilhões e patrimônio líquido de R$ 2,16 bilhões, no mínimo.

Com essas condições, podem participar do leilão Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander, HSBC, Votorantim, Safra, BTG Pactual, Banrisul, BNP Paribas e Citibank, conforme levantamento da consultoria Austin Rating.

O valor básico de acesso ao negócio para operar o Banco Postal é de R$ 500 milhões.

Parceria

O presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Renato Martins Oliva, reconhece que para administrar um negócio do porte do Banco Postal tem de ser uma instituição de grande porte. Ele defende, porém, que os bancos menores possam atuar nas agências do Banco Postal, na área de empréstimos, por exemplo, o que aumentaria inclusive a concorrência nesse segmento e contribuiria para a queda de juros, sobretudo em localidades onde a oferta desse tipo de serviço é restrita.

Fonte: O Estado de São Paulo / Karla Mendes