Correntistas do Real afirmam que suas contas foram esvaziadas sem aviso prévio para quitar dívidas feitas antes da compra do banco pelo Santander, em 2007.

Segundo o Santander, as bases de dados de correntistas e de devedores do Real foram unificadas em fevereiro.

Há cobranças relativas a dívidas de mais de dez anos.

Marcelo Malanga, responsável pela área de cobranças do Banco Santander, reconhece as cobranças, diz que a política é retirar 15% do rendimento do mês anterior, afirma que poderia sacar até 30% e que tentou avisar a todos os correntistas.

A resolução 3.695 do Conselho Monetário Nacional proíbe débitos sem autorização. O Santander enviou cópias de contratos com uma cláusula que autoriza o débito "até quando os fundos comportarem". Ou seja, o contrato é a autorização prévia que permite ao banco zerar a conta de alguém.

Marcelo Segredo, da Associação Brasileira do Consumidor, diz reunir 342 casos parecidos e que a cláusula não possui valor jurídico.

Reunidos em fóruns virtuais, os correntistas narram histórias de falta de recursos para comprar comida, pagar pensão alimentícia e relatam coação para negociar a dívida. Malanga diz que os casos de coação são contrários à política do banco.

Matheus Henrique dos Santos Ferreira, 23, afirma que descobriu que os R$ 551 restantes de sua conta foram sacados após ter negada compra de R$ 3,60.

Fonte: Folha de São Paulo / ANDRÉ LOBATO