Representantes do Sindicato dos Bancários da Paraíba (SEEB/PB) se reuniram com o superintendente Regional da Caixa Econômica Federal na Paraíba, Paulo Correa Nery, para discutir as demandas dos empregados em relação à pandemia da Covid-19. O sindicato cobrou o fornecimento de máscaras adequadas, proteção de acrílico para as estações de trabalho, reforço nas equipes do atendimento social, além de reiterar a necessidade de conter as aglomerações de clientes dentro e fora das agências. A reunião ocorreu na última quarta-feira (24), pelo aplicativo zoom.

O presidente do sindicato, Lindonjhonson Almeida, abriu a reunião dando as boas-vindas a Paulo Nery, que reconheceu a importância da comunicação entre a superintendência e os representantes dos empregados. “Quero abrir esse canal junto com o sindicato. Sou sindicalizado em Pernambuco e no início da minha carreira, fui representante de base por pouco tempo, mas entendo a importância do sindicato dentro de um país democrático, cumprindo seu importante papel em defesa da categoria profissional. Me disponho a deixar aberto sempre esse canal de comunicação, mesmo sabendo que em alguns momentos teremos nossas divergências, mas tudo dentro do respeito e da seriedade”, disse.

Lindonjhonson reforçou a responsabilidade do banco no cumprimento dos protocolos de segurança relativos à pandemia, para garantir a integridade dos empregados e clientes. Ele lembrou da lei estadual que limita a quantidade de clientes dentro das agências (20 pessoas nas agências maiores e 10 nas menores),  que não vem sendo cumprida na maior parte das agências de João Pessoa. Paulo Nery disse que os superintendentes seguem a orientação da Caixa Econômica, que determina a ocupação de 50% da capacidade da agência, de acordo com o porte de cada unidade, mas se comprometeu em conversar com os gestores da área sobre o assunto.

EPI

Outro ponto da pauta foi o fornecimento de máscaras adequadas para os empregados, já que o sindicato recebeu denúncias de que em algumas agências isso não está ocorrendo. No último dia 19 de março, o banco emitiu nota técnica onde diz que segue as orientações do Ministério da Saúde quanto ao uso de máscaras não profissionais. A nota destaca que as máscaras do tipo N95/PFF2/P2 são indicadas apenas para os profissionais da área de saúde, levando em conta a orientação do MS. “A utilização de máscara de uso não profissional utilizada hoje pela Caixa é adequada para proteção e prevenção da saúde e foi padronizada considerando a dificuldade do fornecimento de máscaras profissionais para os profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate à Covid-19”, diz um trecho da nota.

A gerente de rede varejo, Cristiane Medeiros, informou que todas as agências dispõem de máscaras descartáveis e que há, ainda, um estoque de oito mil unidades na SR Paraíba. No entanto, a diretora do sindicato e empregada da Caixa, Paula Brito, questionou o fato da Caixa não fornecer a máscara com três camadas de tecido, indicada pelo próprio banco na nota técnica que recomenda, inclusive, um modelo padrão, com especificações de tamanho e tipos de tecido.

“Os empregados não se sentem mais seguros usando máscaras descartáveis diante desse cenário de novas variantes do vírus e do aumento do número de mortes. Por isso, alguns estão fazendo cotas para comprar modelos N95/PFF2/P2. Se a própria Caixa recomenda por meio de nota técnica o uso de uma máscara de tecido com três camadas, como pode estar fornecendo, ainda, apenas máscaras descartáveis? Ano passado, soubemos de algumas agências que forneceram esse modelo de tecido, mas em algumas, até hoje, os empregados nunca receberam e estão custeando do próprio bolso”, disse.

O superintendente se comprometeu em verificar o fornecimento das máscaras de tecido junto aos gerentes gerais. Sobre os protetores de acrílico, uma das principais reivindicações da categoria, Paulo Nery informou que a previsão de instalação em todas as agências é até a próxima quarta-feira.

Atendimento social

A secretária-geral do sindicato e empregada da Caixa, Silvana Ramalho, solicitou reforço no atendimento social, que vem sendo prejudicado em detrimento do atingimento de metas. “Os colegas que estão na linha de frente nos relatam que se sentem incomodados com a pouca quantidade de empregados para atender a grande demanda social, enquanto a maior parte da equipe é designada para fazer negócios e bater as metas, que ainda continuam abusivas. Pedimos, mais uma vez, que reforcem as equipes de atendimento à população para não sobrecarregar os colegas que estão na linha de frente”, disse.

Paulo Nery disse que a prioridade da Caixa é o pagamento do auxílio emergencial. Entretanto, lembrou que em algumas unidades, mais de 50% dos empregados estão em home office por causa dos protocolos de segurança da Covid-19, dificultando a disponibilidade de mais pessoas para o atendimento social.

Lindonjhonson considerou a reunião positiva e disse que o superintendente demonstrou compromisso em ouvir as demandas da base e em resolver as questões cuja solução estejam ao seu alcance. As nossas companheiras da Caixa, que estão em contato diário com a base, ajudaram muito na construção desse diálogo, que deve ser permanente”, disse.
Marcos Henriques, vereador pelo PT e diretor do Sindicato dos Bancários, também participou da reunião.

Luto

Antes de começar a reunião, Silvana comunicou o falecimento do colega aposentado da Caixa, Pedro Eugenio Beneduzzi Leite, ocorrido minutos antes. Após se sentir mal na sua residência, em Brasília (DF), ele ainda foi socorrido, mas não resistiu. Pedro Eugenio Leite presidiu a Fenae por dois mandatos consecutivos, de 2008 a 2014. Apesar de aposentado, fazia questão de participar ativamente da luta em defesa da Caixa Econômica e dos direitos dos seus empregados. Era respeitado e querido pelos colegas. Criou o “Instituto Datagênio”, que divulgava informações em primeira mão sobre fatos políticos, econômicos, sociais e de interesse dos empregados da Caixa.