A previsão de crédito a ser oferecido pelos bancos no ano que vem gira em torno R$ 1,7 trilhão, o que pode chegar a representar aproximadamente 53% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no final de 2010. As informações são do jornal Valor Econômico.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo cobra mais contratações e melhores condições de trabalho para que os bancários possam absorver com tranquilidade o provável acréscimo de trabalho.
"As operações de crédito são as que mais geram trabalho para os bancários, que atualmente já estão sobrecarregados. Por isso, vamos seguir fortes não apenas na luta por contratações como também pela proteção ao emprego. Também estamos atentos às denúncias de assédio moral, que é uma das consequencias do excesso de demanda de trabalho", diz a secretária geral do Sindicato, Juvandia Moreira. Ela ressalta ainda que o aumento da oferta de crédito é positiva para o país, mas tem de vir com redução de juros e do spread bancários.
O aumento das carteiras de crédito de cada banco deve ficar entre 20% e 30%. O Bradesco e o Itaú Unibanco falam em 25%. O Banco do Brasil, em 20%, e a Caixa, em 30%. Com isso, a expansão esperada pelos banqueiros gira em torno de R$ R$ 330 bilhões e R$ 380 bilhões. Em outubro, segundo dados do Banco Central, o saldo de atingiu R$ 1,367 trilhão.
Segundo afirma Walter Malieni, diretor de crédito do Banco do Brasil, a margem para a expansão está na manutenção do crescimento da massa salarial, que teve pouca oscilação com a crise, aliado à manutenção do emprego e da renda. "Defendemos que o crescimento econômico está atrelado ao aumento da renda do trabalhador. Por isso lutamos tanto pela valorização do salário mínimo, correção da tabela do IR, e também por aumento real de salários dos bancários", acrescenta Juvandia.
PIB
Desde 2002, os empréstimos têm avançado em média cinco vezes mais do que o PIB. Naquele ano, a economia cresceu 2,7% e os empréstimos subiram 14%. Em 2008, o produto brasileiro avançou 5,1% e as concessões de crédito, 31%. Em 2007, o PIB cresceu 5,7% e o estoque de empréstimos, 28%. Para o ano que vem o estoque deve crescer 25% caso o PIB fique de 5%. Apenas seis anos atrás, o saldo total foi de R$ 384 bilhões, ou 24% do PIB.
Fonte: Seeb São Paulo, com informações do Valor Econômico