Sublinhando o compromisso da CUT com a democratização, a secretária nacional de Comunicação lembrou que a central vem mobilizando as suas bases e levando às ruas propostas para oxigenar o debate neste setor "extremamente oligopolizado", onde o capital se impõe com toda a sua força desinformativa, tentando fechar espaço ao contraditório.
"Para defender o ponto de vista do mundo do trabalho, além de participar como protagonista em eventos como a Conferência Nacional de Comunicação, a CUT tem investido em meios de comunicação próprios, como o Portal do Mundo do Trabalho, TV e rádios web, imprescindíveis para fazer o necessário contraponto político e ideológico à grande mídia, mas também para fortalecer a organização sindical a partir da afirmação de um sindicalismo classista", destacou Rosane Bertotti.
De acordo com Victor Báez, secretário geral da CSA, a democratização da comunicação já faz parte do debate público em praticamente todos os países do continente. "Em alguns deles, a proposta surgiu a partir de iniciativas governamentais e em outros se trata de uma reivindicação histórica, construída pelos mais amplos setores da sociedade civil organizada. O movimento sindical tem ocupado lugar de destaque neste debate e na formulação desta agenda e esta conferência vai ampliar o nosso protagonismo", ressaltou.
Entre os objetivos do encontro, explicou Victor, está o de compartilhar as diferentes visões, dos diversos atores com relação à democratização da comunicação na América Latina, identificar as experiências mais significativas de ação sindical em matéria de comunicação, definir os assuntos prioritários da democratização para o movimento sindical: liberdade de informação, direito à comunicação, legislação do sistema de mídia, precarização dos jornalistas, radialistas e comunicadores e ainda adotar uma declaração política que determine a posição da CSA.
O lema "sem democratização da comunicação não há democracia" tem sido uma bandeira desfraldada por muitas centrais, confederações, federações e sindicatos da região, que encontram nos conglomerados de mídia um forte entrave para o avanço de medidas populares e o aprofundamento de políticas públicas.
Dentro do debate promovido pelo sindicalismo, o evento dará destaque às denúncias de manipulação e desinformação promovidos pelos barões da mídia, e a consequente e corriqueira violação dos direitos humanos e trabalhistas dos profissionais da comunicação, vitimados por formas inéditas de precarização e assédio.
"O movimento sindical das Américas busca construir uma agenda própria e traçar uma rota política estratégica em matéria de comunicação, como legislação, propriedade dos meios, condições trabalhistas dos profissionais, liberdade de informação e direito à comunicação. Com esta conferência, a CSA, expressão sindical mais importante do continente, inicia a construção de uma estratégia sindical nesta temática", sublinhou Victor.
Programa
Dia 1º – Segunda-feira
O Sindicalismo frente à comunicação
9h – A temática da democratização no contexto sindical
Victor Báez (CSA) e Álvaro Padrón (FES)
10h – Contexto de agendas e interesses para debate
Direito à comunicação, liberdade de informação, legislação, meios comunitários, profissionalização do jornalista, publicidade oficial
Debatedores: Oswaldo León (Agência Latinoamericana de Informação, Equador); María Pía Matta (Associação Mundial de Rádios Comunitárias – América Latina e Caribe); Álvaro Herrero (Associação pelos Direitos Civis) e Gustavo Gómez (Uruguai).
14h – Organização da comunicação
Rosane Bertotti (CUT Brasil e Fórum Brasileiro pela Democratização da Comunicação); Associação dos Jornalistas do Uruguai e Federação dos Jornalistas da América Latina e do Caribe (FEPALC); Francisco Iturraspe (Federação Internacional de Jornalistas) ePedro Ekman (Coletivo Intervozes, Brasil)
16h30 – Conversatório sobre democratização dos meios
Debatedores: Aram Aharonian (primeiro presidente da Telesul) e Omar Rincón
Moderador: Comunicação PIT-CNT/Uruguai
Dia 2 – Terça-feira
Para que serve a comunicação sindical?
9h- Debate com o jornalista João Franzin, da Agência Sindical Brasil, autor do livro "Imprensa Sindical, comunicação que organiza".
10h – Experiências de comunicação sindical, melhores práticas
Leonardo Severo (CUT Brasi), Mariano Vázquez (CTA Argentina), Francisco Maltés (Coordenadora de Centrais Sindicais Andinas) e um representante da Confederação Sindical Internacional (CSI).
Modera: Amanda Villatoro, CSA
14h30
Apresentação – Mapa das webs sindicais – Alvaro Orsatti, CSA
15h
Criação da rede de comunicadores sindicais (desenhar mecanismos para fazer a comunicação sindical das Américas (informação, campanhas, meios, troca de experiências)
Alexandre Praça (CSA) e Omar Rincón (FES), com intervenção de todos os responsáveis de comunicação
17h00
Intervenção de Iván Gonzalez (CSA) e aprovação da declaração final
Fonte: William Pedreira – CUT