A Central Única dos Trabalhadores, à qual são filiados a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Sistema Financeiro (Contraf), sindicatos e federações de bancários por todo o Brasil, apoia integralmente a greve nacional dos bancários, e dela participa.
Trata-se de uma greve inevitável, forjada pela insensibilidade e inflexibilidade dos bancos, que a despeito de todo o lucro que vêm amealhando ao longo dos últimos anos e do ambiente estável e de crescimento econômico, construído pelos brasileiros e brasileiras, respondem à justa demanda dos bancários com uma proposta de reajuste que seria risível, não fosse ofensiva.
O lucro que os bancos registraram apenas no primeiro semestre deste ano foi de mais de R$ 25 bilhões. Nada seria mais justo que distribuir parte desse lucro para os trabalhadores, os maiores responsáveis pelos resultados, garantindo também aumento real de salários e valorização dos pisos, bem como melhores condições de trabalho, com o fim do assédio moral e das metas abusivas, que tem adoecido milhares de bancários em todo país.
Justo seria também investir de fato em serviços de qualidade para a população que utiliza os bancos, e a eles pagam altas tarifas de serviço e juros exorbitantes, além de enfrentar dificuldades para obter crédito. Sem falar nas filas intermináveis, na precariedade do autoatendimento, na insegurança que expõe a vida de bancários, vigilantes e clientes.
Enquanto isso, em outros setores econômicos, nossos sindicatos têm feito campanhas salariais que chegam a bom termo, com negociações sérias e acordos coletivos com avanços econômicos e sociais para os trabalhadores.
Desta forma, a greve dos bancários vai além da questão do aumento real e da melhoria das condições de trabalho. É uma greve por toda a população.
Assim, a CUT reivindica uma mudança de postura por parte dos bancos e o início de negociações em patamar diferente do atual, buscando garantir dignidade para os bancários.
Por fim, a CUT reforça a mídia da Campanha Nacional dos Bancários 2010: "Outro banco é preciso com as pessoas em primeiro lugar". O sistema financeiro não pode continuar se apropriando das riquezas da nação, mas precisa garantir contrapartidas para os trabalhadores e a sociedade brasileira.
São Paulo, 4 de outubro de 2010.
Artur Henrique, presidente nacional da CUT
Fonte: CUT Nacional