Crédito: Jailton Garcia – Contraf-CUT
Jailton Garcia - Contraf-CUT
Lançamento da campanha ocorreu no 3º Congresso da Contraf-CUT

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) lançou na manhã deste domingo (1º), durante o último dia do 3º Congresso da Contraf-CUT, em Guarulhos, a campanha "Liberdade e Autonomia Sindical – democratizar relações de trabalho para ampliar e garantir direitos". A iniciativa vem sendo divulgada desde 8 de março e possui como uma das suas frentes de ação o plebiscito "Eu digo NÃO ao imposto sindical". A coleta de assinaturas dos trabalhadores começou em 26 de março e deve se estender até final de abril.

O atual secretário de administração e finanças da CUT, Vagner Freitas, falou sobre a importância de se acabar com o imposto sindical no Brasil. Ele lembrou que a Contraf-CUT é uma das maiores afiliadas da central em todo Brasil. "Temos 90% dos trabalhadores do setor financeiro filiados à CUT".

Vagner também recordou a luta histórica de construção da maior central da América Latina. "A CUT foi fundada em 1983, no final da ditadura no Brasil. Surgiu para romper com uma estrutura sindical varguista atrasada e equivocada, baseada num sindicato sem participação dos trabalhadores. A Central completa 30 anos em 2013 e, ao longo desses anos, se tornou a quinta maior central do mundo".

O dirigente, que foi presidente da Contraf-CUT (2006-2009), destacou que no Brasil existem 19 mil sindicatos, mas que muitos não são representativos, pois são apenas de "gaveta". "Lamentavelmente temos uma grande quantidade de sindicatos que não existem, apenas arrecadam. A CUT leva o sindicalismo a sério, representamos o trabalhador na plenitude, dedicamos nossa vida ao movimento, precisamos valorizar o sindicalismo nacional e a democracia. Precisamos acabar com o imposto sindical e transformá-lo em contribuição, de acordo com a vontade do trabalhador", reforçou.

Além disso, Vagner disse que a sustentação dos sindicatos deve sair apenas do bolso do trabalhador. "Temos que mudar a estrutura sindical brasileira, pois o imposto sindical é um câncer. Não concordamos que o trabalhador pague um dia de trabalho no ano, sem que seja consultado", denunciou.

Material da campanha já está disponível

A secretária de Mulheres da CUT, Rosane Silva, fez a apresentação das peças da campanha, destacando que as atividades que devem se estender até 2013. "Essa mobilização está diretamente ligada à luta pela ratificação da Convenção 87 da OIT, que garante a liberdade de organização sindical", explicou.

Rosane mostrou o material de divulgação da Campanha, que já está disponível para download no site da CUT. O conjunto de ferramentas de divulgação é composto por "praguinhas", jornal que traz a proposta da CUT para um novo sistema sindical, outdoor, que já está nas ruas de várias cidades brasileiras, panfleto, boné, camisetas, banners, spot de rádio e vídeo.

"As ações da campanha deverão ter como norte a ampliação da conscientização e mobilização de nossas bases no sentido de concretizar iniciativas, tendo em vista sindicatos livres e autônomos", afirma Rosane.

O objetivo é que a campanha sirva não apenas para debate, mas que para mobilização da base e articulação de negociações. "Queremos ir além da discussão sobre o fim do imposto sindical e pautar questões fundamentais, como o funcionamento do sistema sindical no Brasil, de modo a avançar no processo de participação das bases. Queremos avançar no processo democrático, de modo que os sindicatos estejam em todos os locais de trabalho e que os conflitos sejam resolvidos localmente", afirmou Rosane.

"Nossa campanha vai além da luta pela liberdade e autonomia sindical. Queremos contribuir para a consolidação da democracia do Brasil. Vivemos em um país que se diz democrático, mas não temos democracia plena, e as relações no mundo trabalhista são prova disso. Os dirigentes sindicais são ameaçados cotidianamente", denunciou.

Unidade e mobilização

Rosane apelou para que cada sindicato leve aos locais de maior concentração de trabalhadores as cédulas e urnas de votação do plebiscito. "Nosso objetivo é alcançar 50% da base sindicalizada, o que corresponde a cerca de 3,5 milhões de trabalhadores", projetou.

"Essa é uma tarefa importante e deve ser assumida por cada um dos nossos militantes", salientou. A dirigente da CUT fez ainda um alerta aos trabalhadores. "Vamos sofrer no próximo período de campanha muita pressão por parte de outras centrais sindicais. Inclusive algumas delas já iniciaram ofensiva contra a campanha. Por isso, é preciso muita unidade e mobilização neste momento", disse.

"Temos que ressaltar o quanto pudermos em nossas bases que o que queremos não é simplesmente o fim do imposto sindical. Queremos construir uma proposta com as bases para que a gente possa financiar democraticamente nossa luta. Queremos substituir o imposto por uma proposta que seja construída coletivamente pelos trabalhadores", concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

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