O novo ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, foi empossado nesta quinta-feira (3), em Brasília. Ele destacou que a pasta precisa se esforçar para acompanhar tanto o avanço tecnológico quanto o crescimento econômico nacional.
Brizola Neto lembrou emocionado da figura do avô dele, Leonel Brizola, como peça fundamental de sua atuação política. "O sobrenome que possuo integra uma linhagem de brasileiros ilustres, que se inicia com Getúlio Vargas, João Goulart e da figura saudosa de meu avó, Leonel Brizola. Esse sobrenome indissoluvelmente ligado a essa trajetória histórica que agora se redesenha em Luiz Inácio Lula da Silva e a com a presidenta Dilma Rousseff", disse.
A Contraf-CUT participou da solenidade de posse, tendo sido representada pela diretora Marilza Speroto.
CUT se reúne com novo ministro na véspera da posse
Um dia antes de tomar posse, a CUT se reuniu com o novo ministro e, em duas horas de conversa, expôs as principais reivindicações da Central, defendendo que a pasta tenha papel mais ativo nas decisões do governo, inclusive voltando a debater a "pauta sindical" no Congresso Nacional.
"Ele tem clareza de que precisa retomar uma agenda positiva no ministério, colocar no dia a dia questões do ‘lado mais fraco’ das relações capital-trabalho", afirmou o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, que participou da reunião de quarta-feira (2) ao lado do secretário de Finanças, Vagner Freitas.
Para Artur, o novo ministro precisará de "muita ajuda" das centrais. Ele tem a expectativa de que Brizola Neto recupere as discussões sobre reforma sindical e trabalhista feitas durante o Fórum Nacional do Trabalho, no início do primeiro governo Lula, que incluíam questões controversas como organização sindical e fontes de custeio das entidades. "Temos de retomar esse debate, que foi feito longamente. Acho que, logo que tomar posse, ele deve assumir essa responsabilidade."
Mas, de imediato, os sindicalistas querem apoio para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 438, de combate ao trabalho escravo, possivelmente na semana que vem. E também esperam que o ministro ajude a destravar a "agenda dos trabalhadores" no Parlamento, com temas como fator previdenciário, terceirização e redução da jornada de trabalho. "Essa agenda está parada ou com dificuldade de caminhar", comentou.
O dirigente expôs outros itens da pauta, como saúde e segurança no trabalho, a necessidade de um "debate de fôlego sobre qualificação profissional, voltada para um projeto de desenvolvimento de longo prazo", mecanismos e regras "para fortalecer as entidades representativas e a negociação coletiva por ramo". A CUT também quer discutir limitações ainda hoje impostas às greves, como o recurso do interdito proibitório, além do tratamento dado às greves por tribunais do trabalho.
Fonte: Contraf-CUT com Rede Brasil Atual e Agência Brasil