Só para efeito de comparação, no mesmo período de 2007 as companhias anunciaram a distribuição de R$ 18,5 bilhões em remuneração aos acionistas, tanto na forma de dividendo como em juros sobre o capital próprio. Já no auge da crise, as empresas desembolsaram R$ 21,7 bilhões.
Por um outro lado, as conseqüências para a vida do trabalhador vêem sendo devastadora com demissões e tentativas de redução de salários.
Para denunciar essa contradição a Central Única dos Trabalhadores(CUT) estuda o lançamento de um movimento pela suspensão temporária dos dividendos. O presidente da CUT, Arthur Henrique da Silva, afirma que a expansão dos dividendos reforça a tese de que muitas empresas estão utilizando a crise como desculpa para estabelecer processos de demissão, de flexibilização e de salários. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse) está elaborando um estudo que abrange o pagamento de dividendos às 200 maiores empresas de capital aberto do Brasil.
A idéia da CUT é cruzar esses dados com empréstimos tomados pelas companhias com recursos oriundos do BNDES, FAT e FGTS. A depender os resultados, a central vai lançar uma campanha para cobrar a suspensão dos pagamentos aos acionistas durante a crise. “O nosso estudo tem como objetivo mostrar a contradições nas empresas que têm lucros altos, pagam dividendos, mandam recursos para o exterior e demitem os trabalhadores”, diz Arthur. É fácil falar de responsabilidade social em tempos de economia aquecida e crédito farto. Para nós, responsabilidade social é fazer caixa e manter investimentos em vez de pagar dividendos”, afirma o presidente da CUT.
Fonbte: SEEB – SP / Carlos Fernandes, com informações do Valor On Line