Novo presidente da CUT, durante mobilização dos servidores públicos
Mais de 20 mil servidores públicos federais realizaram na manhã desta quarta-feira (18) uma marcha pela Esplanada dos Ministérios para exigir abertura de negociações. Eles querem discutir imediatamente as três principais reivindicações da categoria: reajuste salarial, implantação de um plano de carreiras e melhores condições de trabalho.
Vagner ressaltou a importância da unidade da luta dos servidores públicos federais, que contam com a participação de três centrais sindicais. Para ele, isso fortalece ainda mais o movimento.
"A unidade na luta é comum a todas as entidades comprometidas", disse Vagner, que mandou um recado ao governo: "É inconcebível que depois de 30 dias de greve o governo não tenha feito uma proposta para os servidores públicos federais. A greve é um instrumento legítimo de luta e o governo tem de receber o trabalhador para negociar. Queremos propostas para todos os setores e não apenas para os professores porque, senão, a greve continua, continua e continua".
De cima do caminhão de som, ao lado do Ministério do Planejamento, o dirigente da CUT também mandou um recado para a ministra Miriam Belchior: "Companheira Míriam, você precisa receber o comando de greve e negociar".
Vagner argumentou que servidor público valorizado garante um serviço público de qualidade tão importante para o desenvolvimento do Brasil com justiça social e distribuição de renda.
O outro recado será dado nesta quinta-feira, dia 19, na audiência com Gilberto Carvalho (da secretaria-geral da Presidência da República). Vagner disse aos servidores que vai pedir ao ministro que intervenha para que o governo apresente uma proposta e respeite os trabalhadores.
"Não vamos arrefecer, nosso papel é defender os trabalhadores", concluiu o presidente da CUT.
Negocia, Dilma!
Com palavras de ordem como "Negocia, Dilma!" – slogan da marcha – e, "Dilma, se estamos nas ruas, a culpa é sua", servidores de todos os estados brasileiros saíram da Catedral de Brasília, passaram pelo Congresso Nacional e pelo Palácio do Planalto e pararam ao lado do Ministério do Planejamento, onde a categoria pretende ficar acampada até que a ministra Miriam Belchior atenda ao grupo que coordena a greve.
A maior reclamação de todos os dirigentes – 31 entidades coordenam a campanha salarial unificada de 2012 nas três esferas do governo: legislativo, Executivo e Judiciário – é a falta de propostas depois de mais de 30 dias de paralisações em todo o país.
Para Zé Maria, "a luta dos servidores é a luta de toda a classe trabalhadora". E foi justamente essa avaliação de que a valorização do servidor é fundamental para que os órgãos públicos ofereçam à população serviços de qualidade que as três centrais sindicais (CUT, CTB e CSP Conlutas) decidiram fazer um dia nacional de luta em solidariedade aos servidores públicos federais.
O Dia Nacional de Luta, que será realizado em todas as cidades brasileiras, será no dia 2 de agosto.
Vagner explicou que o objetivo da proposta das três centrais de realizar o dia de luta vai unificar e fortalecer cada vez mais a luta dos servidores por melhores condições de trabalho e renda.
"É um dia de luta de toda a classe trabalhadora para mostrar nossa solidariedade ao setor público federal tão importante para esse Brasil. Unidos venceremos essa batalha", concluiu Vagner.
Para Pedro Armengol, "só é possível dialogar com os servidores públicos federais em greve se o governo colocar uma proposta na mesa. Sem proposta, não tem diálogo, e, sem diálogo, sem negociação concreta, a greve continua. Mais que isso, pode ser mapliada, pois setores mais pacientes, começam a aderir a paralisações em todo o país".
Fonte: Marize Muniz – CUT