Entre os objetivos do Fórum, explica João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT, está o de potencializar as propostas e a capacidade de mobilização dos movimentos sociais africanos para que possam construir um espaço de desenvolvimento acordado de alternativas à globalização neoliberal e definir estratégias de reconstrução social, econômica e política, incluindo a redefinição do papel do Estado.
De acordo com o dirigente cutista, a experiência histórica acumulada no Brasil, de unidade de centrais sindicais e dos movimentos sociais, embora não seja a única em escala planetária, "é uma referência para o mundo, assim como nossa experiência de programas de transferência de renda e os avanços no diálogo social, como a conquista da política de valorização do salário mínimo, fundamentais para o desenvolvimento de qualquer nação".
A CUT e suas confederações, explicou João Felício, estarão mais uma vez presentes com uma expressiva delegação em solo africano, levando às organizações do continente as mais variadas experiências de articulação e mobilização dos movimentos sindical e social em defesa do protagonismo do Estado e de políticas públicas que garantam direitos, gerem emprego e distribuam renda. "Em suma, o avesso do receituário do neoliberalismo", frisou.
O fortalecimento da economia solidária, dos trabalhadores migrantes e da paz, a organização da luta contra as bases militares estrangeiras, o apoio ao povo palestino no enfrentamento à política de terrorismo de Estado israelense e a solidariedade ao povo cubano também são bandeiras que os cutistas erguerão no encontro, ressaltou. "Diante dos desafios colocados pela conjuntura internacional e da complexidade do momento, acredito que o Fórum tem uma responsabilidade histórica inadiável", declarou.
A Confederação Sindical Internacional (CSI) realizará um evento na capital senegalesa no dia 9 de fevereiro para dar maior visibilidade à pauta dos trabalhadores no enfrentamento à crise, como a reformulação dos organismos internacionais e a ação junto aos governos locais para que se contraponham ao receituário neoliberal, de privatização e arrocho salarial.
Fonte: Leonardo Severo – CUT