Crédito: Augusto Coelho/CUT
Direção Nacional da CUT vai elaborar uma resolução de apoio e solidariedade à luta dos trabalhadores e trabalhadoras da Grécia e dos demais países europeus que enfrentam aguda crise financeira. A resolução vai também condenar o FMI, por continuar exigindo medidas como arrocho salarial, corte de aposentadorias e suspensão de investimentos públicos em políticas sociais. Essas condicionantes foram impostas à Grécia pelo Fundo, que recentemente liberou uma linha de empréstimo de 140 bilhões de dólares ao país.
"Não é possível que o mundo, com a justificativa de superar a crise, continue aceitando que o FMI aplique o mesmo receituário que foi na verdade o causador da crise. Baixos salários, emprego precário e previdência pública inexistente ou precária não são, como se poderia pensar, reflexos da crise. São fatores que geram a crise", afirma Artur Henrique, presidente da Central.
"É uma disputa política, e por isso nós temos de manifestar apoio e solidariedade à Grécia e aos outros países em dificuldade", afirmou o ex-ministro José Dirceu no início da tarde desta quinta, durante reunião da Direção Nacional, em Brasília.
Com a declaração, Dirceu respondeu a pergunta da platéia, sobre os possíveis efeitos da crise européia sobre o Brasil e sobre a maneira como o País deve se posicionar. "Os efeitos vão depender do tamanho que a crise vai assumir daqui pra frente. Não podemos esquecer que 24% de nossas exportações são para a Europa", completou.
A CUT também reiterou que o governo brasileiro, hoje credor do FMI, deve insistir na mudança profunda da estrutura e das condicionantes do fundo.
Fonte: CUT