Jaílton Garcia - Contraf-CUT
Os participantes votaram o regimento interno do evento no início do dia

O segundo dia do 26º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, neste sábado (13), foi marcado pela defesa das teses das seis forças políticas que serão votadas no evento. Pela manhã, a Articulação Bancária, CSD, CTB, Fórum Sindical, Intersindical e CSP Conlutas apresentaram suas teses, publicadas no caderno oficial do congresso. Antes, os presentes votaram o regimento interno do evento.

No período da tarde, os 303 delegados, sendo 102 mulheres e 201 homens, foram divididos em quatro grupos para discutir os pontos das teses que tiveram, pelo menos, 10% de representação dos delegados credenciados.

No grupo 1, o tema foi Remuneração e Condições de Trabalho. Foram discutidos, por exemplo, os efeitos e prejuízos para os trabalhadores da aprovação do PL 4330, da terceirização. “Os debates foram intensos e em bom nível. Tiramos deliberações para lutar por mais remuneração fixa e variável. E tão importante quanto foi buscar melhorias nas condições de trabalho”, disse o coordenador do grupo, Ernesto Izumi, secretário de Formação da Contraf-CUT e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Cassi
O segundo grupo, de Saúde e Previdência, reuniu 80 delegados. Foram discutidas propostas relacionadas à Previ e Cassi, considerado hoje o maior plano de saúde do país no modelo de autogestão.

Sobre o plano de saúde, uma das propostas é a manutenção do princípio de solidariedade. Funcionários da ativa e aposentados contribuem, atualmente, com 3% do salário para a Cassi. O Banco do Brasil é responsável por 4,5%. Mas os bancários reivindicam que o BB volte a pagar o dobro do valor dos funcionários para fortalecimento do plano.

O grupo também discutiu a inclusão de funcionários oriundos de bancos incorporados pelo BB, para que sejam assistidos pelo Programa de Saúde da Família e as demais coberturas da Cassi.

Entre as propostas, o Plano de Prevenção de Doenças também é prioridade. Os funcionários do banco demonstram preocupação com o aumento de casos de adoecimentos causados pelo ambiente bancário. Os trabalhadores querem que o banco libere dados, sobre doenças ocupacionais, para os dirigentes sindicais e membros dos conselhos de usuários da Cassi.

PREVI
Sobre a Previ, um dos temas é o fim da resolução 26, para que o superávit do plano de previdência seja investido na melhoria dos benefícios. Os funcionários também querem o fim do voto de minerva no Conselho Deliberativo e a implantação de teto para os benefícios. Os bancários explicam que, sem o teto, os diretores do banco se aposentam ganhando muito mais que os demais funcionários. Outra proposta é a implantação da contribuição previdenciária sobre a PLR.

Os bancários também criticam a contratação da consultoria Accenture, ao custo de R$ 1 milhão, com a justificativa de mapear e otimizar processos da Previ. Foi uma decisão da administração, que destrói o modelo de gestão compartilhada conquistado em 1997, o qual deu maior segurança e autonomia às decisões da Previ e maior equilíbrio de poder entre banco e associados.

Já no grupo 3, a organização do movimento pautou os debates. O coordenador, Rodrigo Franco Leite, diretor do Sindicato de Bragança Paulista, optou por dividir as discussões em cinco temas: representação sindical de base, delegados sindicais, comissão de empresa, Caref e mesa de negociação.

Para ele, o debate referendou o histórico de luta dos trabalhadores, que levou a categoria a vitórias no último período. “Temos de valorizar esse espaço de debate, pois incentiva o engajamento dos trabalhadores no ramo sindical, o que aumenta a força da categoria na busca de avanços dos diretos trabalhistas”, afirmou.

No grupo 4, o tema central era Banco do Brasil e sistema financeiro nacional. Nele, tiveram destaque temas como a democratização da gestão do sistema financeiro, com participação de entes da sociedade; fim dos correspondentes bancários; luta contra precarização do trabalho e estatização do sistema financeiro.

A coordenadora do grupo, Rosalina Amorim, secretaria de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, acredita que a realização do grupo é importante para encaminhar os pontos de discussão, a serem deliberados na plenária final, que será realizada neste domingo (14). “Este é um espaço de democratização do movimento sindical, onde conseguimos dar voz a novos representantes, que estão mais perto da base de trabalhadores. Podemos também debater mais a fundo cada um dos temas”, disse Rosalina. Até às 20h30 deste sábado (13), prosseguiam os debates nos grupos 1, 2 e 3.

Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários