Crédito: Paulo Pepe
A luta por um acordo marco global que garanta direitos básicos para todos os trabalhadores de HSBC e Santander no mundo já começou. Em seminário da UNI Finanças, encerrado nesta quinta-feira, dia 18, em São Paulo, sindicalistas dos dois bancos de 19 países definiram as estratégias da campanha mundial, bem como os princípios gerais da proposta de acordo.
"É muito importante o comprometimento dos sindicatos em todo o mundo. O exemplo dado pela Contraf-CUT, ao sediar esse evento, e as ações desta quinta-feira no Santander e HSBC, mostram o que os nossos afiliados são capazes de fazer", disse Oliver Röethig, secretário-geral da UNI Finanças.
Uma petição on-line de apoio ao acordo, a ser enviada aos bancos, será disponibilizada no site da UNI Finanças ainda esta semana. Além disso, os sindicatos de todos os 124 países que abrigam unidades de HSBC e Santander passarão um abaixo-assinado físico entre os bancários, de forma a manifestar a adesão dos trabalhadores à campanha.
"Nossa história de organização sindical, com a mobilização dos trabalhadores e o diálogo com os bancos, já trouxe frutos importantes para os bancários, como a Convenção Coletiva de Trabalho em âmbito nacional. Essa experiência, que serve de exemplo para outros países, comprova que é possível construir um acordo global para todos os trabalhadores do planeta", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
As campanhas pelo acordo com HSBC e Santander serão conduzidas de forma separada pelos bancários. Foi decidida a criação de duas comissões organizadoras, para coordenar as ações. O Brasil está representado nas duas comissões, através da Contraf-CUT e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.
"Vamos caminhar com passos concretos para que até novembro de 2010, quando está programado o congresso mundial da UNI, no Japão, possamos estar mais próximos da conclusão do acordo", destacou Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Veja alguns princípios definidos para a proposta de acordos globais:
– Um salário razoável que sustente a família;
– Benefícios decentes e proteção social, incluindo cuidados com a saúde, abonos de faltas por motivos médicos e férias remuneradas onde eles não existem;
– Pagamento justo por todas as horas trabalhadas;
– Fim da pressão feita sobre os bancários para vender produtos;
– Compromisso e respeito com o direito de todos os funcionários de se associarem e formarem organizações sindicais sem a oposição ou obstáculos impostos pela empresa;
– Respeito às leis nacionais em todos os países.
Fonte: Nicolau Soares