Crédito: Augusto Coelho
Augusto Coelho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dirigentes sindicais lembraram 1º Conecef, realizado em 1984

O ato simbólico em homenagem aos 30 anos do Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado em seguida à plenária de abertura do evento, foi marcado por momentos de muita emoção. As três décadas de unidade e mobilização do Conecef, com suas muitas conquistas e novos desafios, foram retratadas no vídeo de fotos exibido aos delegados. 

Muito se conquistou no período: jornada de seis horas, direito à sindicalização, estabilidade no emprego, reposição salarial, defesa da Caixa, reintegração de 2.500 empregados demitidos durante o governo Collor de Mello, combate à política neoliberal de FHC, retomada das negociações para garantir direitos e conquistas a partir de 2003, democratização da gestão e implantação do Novo Plano de benefícios na Funcef, entre outros itens. Uma constatação: todas essas conquistas foram decisivas para que, em 30 anos, o Conecef se tornasse o espaço democrático de debates de uma categoria compelida a fazer história. 

A mesa dos trabalhos da homenagem aos 30 anos do Conecef, coordenada por Fabiana Matheus (CEE/Caixa e Fenae), reuniu representantes das diversas tendências políticas que atuam no movimento dos empregados da Caixa. Para Carlos Augusto da Silva, da Feeb SP/MS, é positivo o legado de uma empresa pública e robusta como a Caixa, embora os problemas decorrentes de condições de trabalho inadequadas carecem de soluções urgentes e consistentes, para que os trabalhadores não continuem na condição de principais vítimas das doenças ocupacionais. Ele afirmou que esse quadro precisa de mudança, “pois sem saúde não há qualidade de vida”. 

Um marco na organização

Em seguida a palavra coube a Rita Lima, da Intersindical Bancária. “Trinta anos de Conecef representam um marco na organização dos empregados, precisando ser revivido a cada momento. O movimento na Caixa nasceu das bases, no leito do novo sindicalismo e resulta de um projeto de democracia participativa”, lembrou. Para ela, a maior conquista em 30 anos foi o próprio Conecef, que a cada edição busca resgatar um dos princípios mais caros para a classe trabalhadora: o da solidariedade. 

Segundo Bárbara Peixoto, da CSD, apenas coletivamente os trabalhadores conseguem fazer transformações tidas em princípio como impossíveis, e que passam pelo resgate da Caixa como banco público. Ela lembrou dos avanços na relação da Caixa com a representação dos empregados, desde que o PT assumiu o comando político do país, mas acrescentou que há muito mais para ser conquistado. “Hoje, disse, o maior desafio é conquistar mentes e corações, pois a luta dos empregados da Caixa tem cada vez mais caráter coletivo, fraterno e socialista, única forma de o país adquirir mais qualidade de vida para a população”. 

O representante da MOB/Conlutas, Wilson Ribeiro, reafirmou a condição de igualdade entre homens e mulheres, para combater o machismo ainda presente no Brasil e na Caixa, como uma das principais marcas dos 30 anos do Conecef. Para ele, as condições de trabalho na empresa, ainda precarizadas, precisam ser melhoradas, “cabendo ao movimento definir políticas com base nas reais necessidades dos trabalhadores”. 

‘Resultado de muitas rebeldias’

“O Conecef é resultado de muitas rebeldias ao longo dos anos. Desde o seu início, em 1985, a escolha de delegados é por base estadual e não por federação, o que permite que esse espaço torne-se a maior referência da organização dos empregados da Caixa”, disse Emanoel de Jesus, da CTB. Ele observou que, depois de Lula, as condições dos trabalhadores melhoram substancialmente, não só porque a economia cresceu, mas também em decorrência de conquistas democráticas em favor da sociedade. Mas, segundo ele, o recado está sendo dado: os trabalhadores querem mais.

O ato em homenagem aos 30 anos do Conecef foi encerrado por Pedro Eugenio Leite, da Articulação Bancária. Para ele, que já foi presidente da Fenae, o Conecef sempre foi um fórum de vanguarda e os empregados não devem ter medo de reafirmar esse princípio. Pedro defendeu a necessidade de que a história de três décadas de movimento seja contada aos novos empregados. Isso, para ele, é condição essencial para que mais conquistas se consolidem no âmbito da Caixa. “O Conecef foi palco de muitas batalhas em 30 anos e, hoje, novos desafios se apresentam para reafirmar o caráter de vanguarda do movimento dos empregados do banco”, completou. 

Rede de Comunicação dos Bancários
Antônio José, da Fenae