As doações foram crescendo a cada eleição. Em 2006, a primeira vez que a instituição financeira aparece nas prestações de conta do Tribunal Superior Eleitoral, doou R$ 1,355 milhão. Em 2008, ano de eleições municipais, Luis Octávio foi mais modesto, e cedeu apenas R$ 179 mil a candidatos. O grande salto foi em 2010 quando o volume de doações passou a R$ 3,172 milhões, mais que o dobro do que havia cedido aos candidatos escolhidos quatro anos antes.
O maior beneficiado com o dinheiro do Cruzeiro do Sul foi Antônio Pedro Indio da Costa que recebeu R$ 1,268 milhão naquele ano. O candidato já havia angariado do banco de seu primo R$ 100 mil na eleição de 2006, quando concorreu a deputado federal pelo PFL. Mas desta vez, era candidato a vice-presidente na coligação DEM/PSDB.
Apesar da proximidade com o DEM, o Cruzeiro do Sul também é grande doador para campanhas de políticos do PMDB, com um total de R$ 1,320 milhão nas três eleições. Receberam contribuições da instituição financeira o governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), num total de R$ 450 mil nas duas últimas eleições, e os governadores do Mato Grosso, Blairo Maggi (R$ 100 mil) em 2006, e Silval Barbosa (R$ 500 mil) em 2010.
As verbas do banco foram nacionalmente distribuídas. Desde Rondônia, onde doou ao deputado federal Marcelo Oliveira (PMDB), passando pela Paraíba com o governador Cassio Cunha Lima (PSDB), chegando ao Paraná com o deputado estadual Nereu Alves de Moura (PMDB) e à Santa Catarina, com o deputado Dalmo de Oliveira (PMDB).
Nas eleições municipais de 2008, no entanto, o empresário Luis Octavio Indio da Costa limitou-se a duas cidades. Fez uma pequena doação de R$ 9 mil para Luiz Marinho (PT), atual prefeito de São Bernardo do Campo. Mas apostou suas fichas mesmo no Rio de Janeiro, onde doou R$ 95 mil para candidatos do DEM, mesmo partido de seu primo Antônio Pedro, além de R$ 50 mil a um candidato do PSDC que também fazia parte da coligação que apoiava o atual prefeito Eduardo Paes. Ao todo, foram R$ 145 mil dedicados a políticos do Rio, três deles do Democratas.
Fonte: Valor Econômico – Paola de Moura