– Os bens do Silvio Santos viabilizaram a venda ao BTG – explica Santacreu.
O fato de o PanAmericano ter uma participação societária da Caixa Econômica Federal também ajuda a compreender a atuação do BC. Quatro meses antes do anúncio do rombo, o banco estatal havia adquirido uma fatia de 35,54% do capital do banco por R$ 739,2 milhões.
– O PanAmericano tinha muitas características diferentes, porque fazia muita cessão de crédito a outros bancos, o que não acontece com o Cruzeiro do Sul – diz Celso Antunes da Costa, diretor do FGC indicado para dirigir o banco no período do Regime de Administração Especial Temporária (Raet), que também participou da gestão do Panamericano período da crise, até ser vendido para o banco BTG Pactual.
Segundo o Banco Central, o PanAmericano fraudou seu balanço ao contabilizar em duplicidade as carteiras de crédito. Isso significa o banco vendia participações em suas carteiras de crédito, mas continuava contabilizando esses recursos como se ainda estivessem em seu poder.
No primeiro trimestre deste ano, pouco mais de um ano depois da concretização da venda ao BTG, o PanAmericano registrou um lucro de R$ 2,9 milhões, valor 96,2% menor que os R$ 76,2 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Segundo Santacreu, da Austin Rating, a piora no desempenho se deve ao processo de reestruturação administrativa do banco, que inclui a demissão de pessoal e o próprio pagamento de recursos ao FGC.
Fonte: O Globo / Paulo Justus