Crédito: Seeb Pará
Banco desrespeita processo negocial e as demandas dos bancários
Além disso, o motivo do adiamento não foi informado às entidades e a nova data foi marcada pela própria direção do banco sem consulta prévia aos demais envolvidos na mesa de negociação permanente.
PLR
O Banco da Amazônia respondeu que o pagamento da PLR será feito no dia 2 de maio e que a PLR Social será paga integralmente, mas que de acordo com resolução do DEST o banco somente poderá pagar 80% do montante de 6,25% do lucro líquido destinado à PLR dos empregados, devido ao fato de o banco não ter atingido a meta necessária para o pagamento total.
As entidades cobraram em mesa o cumprimento do acórdão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o pagamento integral da PLR para os empregados, já que após a publicação do balanço financeiro do Banco da Amazônia, no dia 13 de março, onde o banco lucrou R$ 78,6 milhões em 2011, foi informado pela instituição que, desse total, R$ 6,28 milhões seriam destinados para o pagamento da PLR.
Ocorre, no entanto, que o TST, conforme o acórdão proferido na sessão de julgamento do dia 12/12/2011, decidiu sobre o tema PLR o seguinte: 6,25% sobre o lucro líquido; manutenção da PLR Social equivalente a 3%; sendo o total da PLR de 9,25%; tendo como critério de distribuição: 60% proporcional e 40% linear; com antecipação de PLR no valor de R$ 500,00. Ou seja, o valor de PLR a ser distribuído para os empregados deve ser integral de 7,27 milhões no índice total de 9,25% sobre o lucro do Banco.
Dias parados
As entidades questionaram sobre as ameaças de desconto dos salários dos empregados que tiverem pendências após o prazo final de compensação (30 de abril). O banco respondeu que vai analisar cada caso, mas para o empregado que se manifestou deliberadamente em não compensar, vai adotar o desconto por entender que houve subordinação à decisão judicial.
As entidades discordaram e reafirmaram que está claro na decisão o não desconto dos dias parados que não forem compensados até da data limite definida pelo Tribunal.
Terceirização
Em relação à área de TI, o banco afirmou que tem a intenção de fazer a substituição da mão de obra terceirizada pelos concursados gradativamente.
Vale ressaltar que o Banco da Amazônia está sendo questionado judicialmente pelo Sindicato dos Bancários do Pará por estar descumprindo a determinação do TCU, que estabelece a adequação entre o número de empregados e de serviços prestados por terceiros, e que no caso do Banco da Amazônia existe uma situação evidente que ocorre na área de Tecnologia da Informação
Capaf
As entidades questionaram sobre a situação da CAPAF, mas o banco disse que aguarda uma posição definitiva do interventor.
PCCS
Sobre esse ponto o banco informou que somente irá tratar após a solução da Capaf.
Quadro de apoio
O banco não deu retorno às entidades sobre a reivindicação da categoria de os empregados do Quadro de Apoio poderem concorrer aos cargos comissionados.
Comissão de supervisor
Sobre as diferenças nos valores de comissão entre os supervisores de agência e da matriz, o banco afirmou que vai aguardar a construção do novo PCCS, mas vai continuar estudando uma solução para acabar com as diferenças de comissões.
Administrativo e Operacional dos cash nas agências e PABs
Na última mesa de negociação, as entidades solicitaram ao banco esclarecimento a respeito da funcionalidade operacional dos entendimentos de manutenção dos cash das agências e postos.
O Sindicato tem informação dos bancários de que o registro para o atendimento só pode ocorrer com a intervenção direta do empregado da unidade, e que a outra visão seria que esse monitoramento deveria ser centralizado pela administração da matriz. Sobre esse ponto, o banco apenas disse que o problema não existe.
Programa de metas
O banco informou que esse assunto diz respeito à gestão da empresa e que não passará maiores informações às entidades sindicais.
Programa de promoção
Na última reunião, as entidades colocaram a questão de que o banco apresentou no dia 5 de março a todos os empregados um Programa de Metas e Produtividade, o qual privilegia o aumento da carteira comercial em relação à carteira de fomento e se contrapõe a finalidade primordial do Banco da Amazônia; e cobraram uma apresentação do Banco sobre esse Programa.
O banco reconheceu os problemas no sistema e informou que as falhas já foram repassadas à SECTI para correção. Além disso, o banco comunicou que só irá informar aos empregados a lista dos promovidos referente ao exercício de 2011, após a solução do problema no sistema.
O banco também informou que as promoções que estão sendo divulgadas são as automáticas, do TB1 para TB2.
Plano de Saúde CASF
Foi mais um tema em que o Banco da Amazônia não apresentou nenhuma novidade para a categoria.
As entidades mantiveram a posição de se criar um GT para discutir e buscar uma solução para o assunto que aflige a categoria. O tema foi bastante lembrado durante a greve de 77 dias da última Campanha Salarial.
Pagamento de horas extras
As entidades reivindicam o fim do trabalho gratuito dentro do Banco da Amazônia, com o pagamento de todas as horas extras. Sobre esse ponto, o diretor de recursos humanos, Wilson Evaristo, afirmou que o banco não reconhece as horas extras e que, por esse motivo, nenhum empregado deve extrapolar sua jornada de trabalho.
Avaliação
Para as entidades sindicais, essa rodada de negociação permanente com o Banco da Amazônia foi desrespeitosa com os funcionários e acabou sendo frustrante, já que o banco não trouxe as respostas que eram esperadas pela categoria.
"Havia uma expectativa da nossa parte para que o Banco da Amazônia apresentasse nessa reunião respostas para uma série de assuntos que ficaram pendentes na rodada que tivemos em março e que reiteramos através de ofício. Mas infelizmente continuamos com a mesma postura morosa e pouca ativa do banco para muitos assuntos, o que dificulta nosso avanço para muitos temas de interesse da categoria no Banco da Amazônia", lamenta a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
"A mesa de negociação é uma oportunidade e um instrumento importante para debatermos questões específicas do Banco da Amazônia entre trabalhadores e diretoria da instituição, mas o banco precisa valorizar esse espaço da mesma forma como as entidades sindicais valorizam. É constrangedor para nós virmos para um momento de discussão e construção de um processo e não termos posições consistentes por parte do banco. Não aceitamos esse tipo de postura", ressalta o vice-presidente do Sindicato e da Fetec-CUT/CN, Sérgio Trindade, que também é empregado do Banco da Amazônia.
Ainda participaram da reunião os diretores do Sindicato, Rômulo Weyl, Marco Aurélio Vaz e Luiz Otávio Pereira; o diretor da Fetec-CUT/CN, Roosevelt Santana; além da diretora do Sindicato dos Bancários de Rondônia, Maria do Socorro.
O Banco da Amazônia foi representado pelo diretor Wilson Evaristo, a gerente de RH, Ediwiges Lemanski, a gerente da GERED, Ana Leuda, o advogado do Banco, Éder Picanço, e pelo coordenador da comissão de negociação do banco, José Moura.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb Pará