Ao contrário do que prometeu o governo, reforma Trabalhista, que acabou com os direitos garantidos pela CLT, não gerou emprego
Três meses após a entrada em vigor da reforma Trabalhista, que segundo o golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) contribuiria para a geração de postos de trabalho, aumentou o número de desempregados no Brasil.
O desemprego atingiu, em média, 12,2% no trimestre de novembro do ano passado a janeiro de 2018, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número de desempregados no período foi de 12,7 milhões de pessoas.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28) e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. A pesquisa não usa somente os trimestres tradicionais, mas períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio).
A pesquisa comprova o que a CUT denunciou durante a tramitação da reforma Trabalhista de Temer. “O que gera emprego não é a flexibilização da legislação trabalhista e, sim, uma economia forte, com projetos de investimentos públicos e privados”, diz Vagner Freitas, presidente da Central.
Os governos Lula e Dima, lembra Vagner, geraram mais de 20 milhões de empregos sem tirar um direito sequer dos trabalhadores e trabalhadoras.
“Quando os fundamentos da economia são consistentes, isso quer dizer, quando a indústria cresce e o comércio e serviço refletem esse crescimento, quando há investimentos públicos e privados consistentes e valorização do emprego formal e de qualidade, como ocorreu no governo Lula, há geração de emprego decente”, argumenta Vagner.
Carteira assinada cai e informalidade aumenta
O número de trabalhadores e trabalhadoras com carteira assinada caiu 1,7% entre novembro de 2017 e janeiro de 2018 e o emprego informal continua ditando a regra.
Nesse período, foram gerados 5,6% de empregos sem carteira assinada e 4,4% das chamadas vagas por conta própria, ou seja, bico que os trabalhadores e trabalhadoras são obrigados a fazer para sobreviver com o mínimo de dignidade.
Segundo o IBGE, na comparação com o trimestre anterior, tanto o número de empregados com carteira de trabalho assinada (33,3 milhões) e sem carteira assinada (11 milhões) quanto o de trabalhadores por conta própria (23,2 milhões) ficaram estáveis.
Taxa média de desemprego
De 2014, quando a taxa de desocupação atingiu o menor patamar (6,8%), para 2017, são quase 6,5 milhões de desempregados a mais, um aumento de 96,2%.
O país fechou o ano com 13,2 milhões de pessoas sem emprego. Setores importantes da economia, da agricultura, da indústria e da construção foram os que mais perderam postos de trabalho.
Metodologia da pesquisa
Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. São pesquisadas 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
Fonte: CUT