A saída de quase 10 mil funcionários do Banco do Brasil por meio do Programa Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (Peai) também terá impacto nas caixas de Assistência (Cassi) e na de Previdência (Previ). O alerta é dos diretores eleitos das respectivas entidades, William Mendes e Marcel Barros.
William Mendes, diretor de Saúde e Rede de Atendimento, explica que o sistema da Cassi é mutualista, envolvendo os trabalhadores da ativa e aposentados. “Essa saída de milhares de colegas, caso não haja ingresso de novos funcionários, mexerá na base da pirâmide do Plano de Associados”, avalia. “Em tese, quem está na ativa contribui, mas utiliza menos os serviços de saúde. E os recursos não utilizados, essa reserva matemática, são usados nos serviços prestados pela Cassi a todos os assistidos.”
Reestruturação – Outro problema que provoca danos, tanto para a Cassi como para a Previ, é a reestruturação que vem sendo feita pela gestão do presidente do BB, Paulo Cafarelli.
Tanto William quanto Marcel Barros, diretor de Seguridade do fundo de pensão, reforçam que quando há queda na remuneração do funcionário – no caso de pessoas que, por exemplo, vierem a perder função, passando da jornada de oito para seis horas – cai também o montante a ser recolhido para as caixas, tanto do participante quanto do patrocinador (o Banco do Brasil).
“Tem de haver uma oxigenação, com o ingresso de novos funcionários para suprir a saída, principalmente para o Previ Futuro, que abarca todos aqueles que ingressaram no banco a partir de 1998. Caso contrário, a longo prazo, pode até ocorrer uma queda no pagamento do benefício pelo fundo de pensão”, destaca Marcel, que explica que a saída pelo Peai no ano passado já foi absorvida pelo fundo de pensão. “A Previ já faz o cálculo de todas as pessoas que atingem o critério para requerer o benefício. Esses novos aposentados aumentarão as despesas em cerca de 10% e isto está dentro do previsto pela Previ. Cerca de 500 pessoas, que estavam no Previ Futuro, receberam benefício único”, explica.