Data visa aumentar conscientização e a defesa do direito à autodeterminação de gênero – Ontem, dia 26 de outubro, foi comemorado o Dia da Visibilidade Intersexual. A data, organizada pela ONU Livres & Iguais, a Associação Brasileira de Intersexos e a Associação Brasileira Profissional pela Saúde Integral de Travestis, promove maior conscientização sobre esse tema. Intersexo é um termo usado para descrever uma ampla gama de variações naturais do corpo. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), participa das atividades para marcar a data.
Em alguns casos, características intersexuais são visíveis no nascimento, enquanto outras não são aparentes até a puberdade. Pessoas intersexo nascem com características sexuais (incluindo genitais, gônadas e padrões cromossômicos) que não se encaixam nas típicas noções binárias de corpos masculinos e femininos. Podem ser heterossexuais, gays, lésbicas, bissexuais ou assexuais. Também podem se identificar como mulher, homem, ambos ou nenhuma das duas coisas.
Estimativas
Algumas variações cromossômicas intersexuais podem não ser fisicamente aparentes. A intersexualidade, de acordo com a ONU, está presente em até 1,7% dos recém-nascidos. No Brasil, estima-se que 167 mil pessoas sejam intersexuais. Ser intersexo está relacionado às características biológicas do sexo, e é diferente da orientação sexual e da identidade de gênero.
O dia 26 de outubro marca a luta pelo fim da invisibilidade intersexo porque, nesta data, ocorreu a primeira demonstração pública de que se tem registro de pessoas intersexo na América do Norte. A demonstração ocorreu em 1996, na cidade de Boston, durante a conferência anual da Academia Americana de Pediatria.
Mutilações
O termo Intersexual é o termo correto para referir-se a pessoas que nascem com essa condição biológica. Hermafrodita era usado antigamente, na Biologia e na Medicina, estritamente para espécies não-humanas e que significava basicamente: espécies que apresentam dois sistemas reprodutores em um mesmo organismo. Logo, o termo era usado para descrever espécies e não para descrever indivíduos de uma espécie. Na atualidade, o termo “hermafrodita” nem é mais usado na Biologia e na Medicina; os termos corretos são: espécie dióica e espécie monóica.
Em todo o mundo, inclusive no Brasil, pessoas intersexuais têm se articulado para defender o direito à autodeterminação de gênero e para combater intervenções clínicas desnecessárias. “Ainda existe um conservadorismo em partes dos médicos, que acaba mutilando a maioria das crianças interssexuais. Tem crescido o número de casos de crianças que foram mutiladas por causa da orientação de alguns médicos a pais dessas crianças. A mutilação acaba por antecipar um desejo da pessoa intersexo. Ocorre que essas pessoas, já quando adolescentes, começam a se arrepender porque estão em um corpo que não lhe pertencem. São orientações precipitadas e irresponsáveis que precisam ser denunciadas”, declarou Adilson Barros, militante LGBT e diretor executivo da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf-CUT