É hoje o dia de falar dos amigos. Dos companheiros de todas as batalhas, dos cúmplices de todos os sonhos, os de inesgotável compreensão. De quem ficou pelo caminho, de quem deixamos pela estrada, a quem nos ligamos pelo cimento da união. Sem estes, somos ninguém.
Convém lembrar os inimigos. Os que pisaram, desprezaram e massacraram pensando eliminar os outros para ser alguém. Mal sabem que sua miopia nos tornou seres humanos mais bonitos e solidários por vermos naquele espelho tudo o que não deveríamos ser.
O dia é de descanso. A pausa de quem merece olhar sossegado tudo o que ajudou a construir ao longo da vida – filhos, netos, casas, praças, avenidas, empresas, bancos, estradas, bares, satélites. Sobretudo homens – o edifício mais importante que construímos é a relação entre as pessoas, que se molda e modifica durante a manufatura das coisas e bens e serviços.
E as relações se renovam e sempre nos lembram: não podemos parar. Estamos condenados a seguir lutando. Pelos nossos direitos, pelos nossos aumentos, por um salário mínimo maior, pela conservação de nosso plano de benefícios, pela melhoria de nossas aposentadorias. Contra os inimigos que teimam em não nos dar sossego e destruir nossas décadas de poupança.
Mas não vamos deixar de comemorar porque ainda temos força. Força para provar que ainda temos muita vida, esperança de vencer e compartilhar com as novas gerações a experiência e a memória destes anos.
Hoje é dia do aposentado. De trazer nossa homenagem a todos que não se permitem ficar sentados em uma cadeira de balanço de pijamas.
Fonte: Anapar