Seeb SP

Dirigentes do Sindicato visitaram diversas agências para conversar com os bancários - Seeb SP

Dirigentes do Sindicato visitaram diversas agências para conversar com os bancários

Bancários de São Paulo pararam 14 agências e a Superintendência Regional Norte contra a reestruturação, que reduziu quadro de funcionários   – O processo movido pela Vice-presidência de Serviços e Infraestrutura reduziu o quadro de funcionários em várias localidades e obrigou diversos bancários a se mudarem para outros estados a fim de garantir o mesmo cargo e salário. O Sindicato dos Bancários de São Paulo paralisou 14 agências e a Superintendência Regional Norte, em São Paulo, em razão do Dia Nacional de Luta contra as reestruturações no Banco do Brasil. O protesto ocorreu nesta terça-feira 15.

“O Banco do Brasil descumpriu sua palavra acordada em mesa de negociação”, denuncia Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários. “Mesmo depois de afirmar que garantiria a permanência dos caixas nas unidades do PSO durante quatro meses de VCP [Verba de Caráter Pessoal que complementa o salário pela perda da função], não cumpriu a promessa de preenchimento de vagas e encaminhou os caixas excedentes para as agências. Isso inviabilizou a manutenção dos salários por quatro meses”, explica o dirigente.

Dirigentes do Sindicato visitaram diversas agências para conversar com os bancários sobre os motivos da paralisação.

“Queremos que a direção cumpra aquilo com que se comprometeu na mesa de negociação”, cobrou o dirigente sindical e funcionário do BB, João Fukunaga. “Mas hoje no banco não tem quem mande, não tem uma política de interlocução entre as diretorias. Fica difícil conseguir achar alguém que decida alguma coisa. Queremos um canal de diálogo eficiente”, completou o sindicalista.

Mais contratações – A ampliação do quadro de funcionários para aliviar a sobrecarga de trabalho é outra reivindicação que motivou o Dia Nacional de Lutas. Dirigentes enfatizaram as ameaças representadas pelo Projeto de Lei do Senado 555 – que pretende transformar as empresas públicas em sociedades anônimas, controladas por acionistas –, além do Projeto de Lei da Câmara 30/2015 – que legaliza a terceirização hoje considerada fraudulenta pela Justiça do Trabalho.

“Esses projetos podem significar a terceirização de setores inteiros”, alertou João Fukunaga. “Se aprovados, por que o banco vai contratar caixa? Ele vai terceirizar, porque funcionário terceirizado ganha menos. Hoje os principais acionistas do Banco do Brasil são o governo federal e a Previ, portanto é uma empresa pública e por isso  deve manter políticas de empresa pública”, afirma o dirigente.

Assédio moral – Considerada uma praga dentro do ambiente profissional bancário, o assédio moral também foi frisado. O superintendente Regional Norte possui uma ficha corrida de denúncias que apontam que a prática é institucionalizada naquela área.

“Que tipo de gestão a gente espera de uma empresa cuja Vice-presidência de Pessoas está subordinada à Vice-presidência de Varejo, que é quem estipula e cobra as metas?”, questionou a dirigente sindical Inês Ogando. “Um avisa lá de cima e vem batendo, batendo, batendo até chegar aqui embaixo”, acrescenta a dirigente. “Tudo isso é em decorrência desse tipo de gestão adotada pelo banco e é um projeto que foi estruturado a longo prazo. É um banco que não tem política de recursos humanos”, critica.

Inês também alertou para que as denúncias de assédio não sejam feitas através da Ouvidoria do banco, pois são comuns os casos de vítimas que acabaram expostas perante o assediador. Ao contrário do canal de denuncias do Sindicato, que preserva o sigilo do denunciante. Para encaminhar uma queixa ligue 3188-5200 ou clique aqui (escolha o setor ‘site’).

“O bancário vítima de assédio deve denunciar ao canal do Sindicato, que garante o anonimato. Além disso, só com informações conseguimos saber o que está acontecendo e podemos agir em sua defesa”, reforça a dirigente.

O quadro relatado aos bancários não é dos melhores, reconhece Inês. “Mas tem saída? Tem. É a união da categoria, a mobilização. A participação de todos é fundamental, seja em assembleias, relatando problemas ou por meio da greve. Se a gente não se organizar, o trator vai passar por cima.”

Fonte: Seeb SP