O mercado de trabalho deverá continuar aquecido no próximo ano, previu o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio. Na avaliação dele, além de um crescimento natural do Produto Interno Bruto (PIB), em 2011 deverão ser criados postos de trabalho decorrentes dos investimentos em infraestrutura vinculados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e à preparação das cidades para sediar competições esportivas, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

"O país tem, de fato, uma perspectiva de crescimento econômico para os próximos anos, especialmente no ano que vem, com redução do desemprego e continuidade do crescimento da renda média, o que faz com que a economia possa oferecer para a sociedade brasileira mudanças no ponto de vista distributivo, que altera a situação da desigualdade, das injustiças sociais, propiciando outro ambiente de mudanças favoráveis aos trabalhadores", afirmou Ganz Lúcio após a divulgação da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), feita em conjunto com a Fundação Sisrtema Estadual de A nálise de Dados (Fundação Seade)

O diretor também acena com a possibilidade de a taxa de desemprego reduzir-se a um dígito nas sete regiões metropolitanas pesquisadas pela PED. Em setembro, a taxa caiu de 11,9% para 11,4%, o menor índice dos últimos 21 meses. Das sete regiões metropolitanas pesquisadas, a única que registrou aumento do desemprego foi a de Belo Horizonte, onde a taxa passou de 7,5% para 7,6%. Para os técnicos do Dieese, a diferença de 0,1 ponto percentual caracteriza a variação do índice como "estatisticamente estável".

A taxa de desemprego mais elevada foi a da região metropolitana de Salvador (16,2%), ante 16,3% em agosto. São Paulo foi a que registrou a maior queda entre agosto e setembro (-6,5%) com a taxa passando de 12,3% para 11,5%. Nas demais foram constatados os seguintes resultados: Distrito Federal passou de 13,4% para 13%; Fortaleza, de 9,2% para 8,7%; Porto Alegre, de 8,7% para 8,5%; e Recife, de 15,9% para 15,3%.

No conjunto, o total de desempregados foi estimado em 2,516 milhões de pessoas, queda de 109 mil em comparação com o mês anterior. Foram gerados 153 mil postos de trabalho, um aumento no nível de ocupação de 0,8%. A redução no estoque de desempegados só não foi maior porque, no período, 44 mil pessoas passaram a procurar emprego.

A maior quantidade de novas vagas foi verificada no setor de serviços (163 mil), alta de 1,6% sobre agosto e de 4,5% sobre setembro do ano passado. Na indústria, ligeira queda na variação mensal (-0,9%, com o fechamento de 27 mil postos), mas, comparado a setembro do ano passado, houve aumento de 7,6%, com a criação de 209 mil empregos. No comércio, as ofertas cresceram 0,4% sobre agosto, com a abertura de 13 mil vagas, e 5,7% sobre setembro de 2009, com 173 mil contratações.

A pesquisa mostra ainda que a massa de rendimento dos assalariados aumentou 7,4% entre setembro de 2009 e agosto deste ano.

Fonte: Agência Brasil

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