Anos 70. Aquela não foi uma época fácil para o povo brasileiro. Afinal, vivíamos numa ditadura que prendia, torturava e matava seus opositores. A gente resistia como podia, mas as perdas eram muitas. Era, realmente, um tempo de grandes tensões e muita instabilidade. No final daquela década, as greves, atos públicos e mobilizações nacionais e locais apontavam para um avanço do movimento sindical em sua organização.
Foi justamente naquele final de década, no ano de 1979, que o movimento sindical resolveu que estavam dadas as condições para a criação de um escritório do Dieese aqui, no estado do Rio de Janeiro. Aqueles sindicalistas certamente não eram heróis, nem loucos ou adivinhos.
Mas tiveram coragem para ousar. Não sabiam que, num futuro próximo, a
conjuntura iria mudar. E mudaria justamente a partir da entrada dos
trabalhadores e do povo na cena política.
A criação do Escritório Regional do Dieese no Rio representava uma aposta do movimento sindical numa ação unitária, radicalmente democrática e com qualidade. Significava uma atitude concreta para preparar a classe para os embates econômicos, políticos e sociais que estavam colocados. Os trabalhadores, parte da sociedade brasileira, assumiram sua condição de fazedores da história que, mesmo aos tropeços, foi decidida irreversivelmente a favor da democracia.
Faz 30 anos alguns sindicalistas decidiram criar o Dieese no Rio. E o trabalho que este escritório vem realizando no campo da assessoria sindical, dos estudos e pesquisas, assim como na formação, deixa todos aqueles que de alguma forma se engajaram ao longo dessa jornada muito orgulhosos.
É por isso que estamos convidando você para rememorar e comemorar esses 30 anos de atividades do nosso escritório. Vai ser no dia 25 de novembro, às 16h30, na Avenida Presidente Vargas 502, 21º andar (Sindicato dos Bancários do Rio).
A idéia é reunir o pessoal, recolher alguns depoimentos, homenagear algumas pessoas que contribuíram para chegarmos até aqui. Resumindo, vamos conhecer melhor nossa história, partilhar nossas lembranças e, quem sabe, até um pouco da ousadia daqueles que apostam numa idéia, numa utopia, e vão em frente, construindo seus sonhos, "divinando".
Fonte: Renato Lima – Dieese/Rio