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Crédito: CUT-RS

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Diálogo. A ex-ministra e pré-candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, participou, no último sábado, dia 17, da plenária dos movimentos sociais "O crescimento econômico e a geração de empregos", em Porto Alegre. Ela entrou no auditório lotado do Colégio Rosário com uma rosa na mão, enquanto mais de mil pessoas gritavam "Brasil na frente, Dilma presidente".

Compareceram representantes de centrais e entidades sindicais, partidos políticos da base aliada do governo Lula e movimentos estudantis, dentre outros. A plenária foi coordenada pelo presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski. Participaram também diretores da Contraf-CUT, Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Federação dos Bancários do RS.

Após ouvir manifestações de dirigentes das centrais, movimentos e partidos, Dilma discursou por cerca de meia hora. "Estou emocionada neste solo gaúcho. Enxergo companheiros de luta e vejo um pouco da minha história", disse citando vários militantes sociais e políticos, que estavam na mesa e no plenário, como o ex-ministro e candidato do PT a governador Tarso Genro, a quem chamou de ‘amigo velho".

"O filho do pedreiro tá podendo ser doutor", repetiu Dilma

"Vou com cada um de vocês, pois, sem vocês, eu não seria o que sou", afirmou Dilma. "Nós fizemos uma política de diálogo qualificada com os sindicatos e as centrais", frisou ao focar a relação do presidente Lula com os movimentos. "Vou dar continuidade e fazer avançar o governo Lula", completou.

"Me orgulho de fazer parte do governo Lula, de saber que mudamos a história, que criamos um novo período de desenvolvimento no país", afirmou. "Nós mudamos a era de estagnação social no Brasil. Nós criamos um novo modelo de desenvolvimento, onde o povo tem vez", salientou.

Ela destacou os feitos do governo Lula, como a geração de milhões de empregos, a política de recuperação do salário mínimo, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Luz para Todos, o Bolsa-família, o Programa Minha Casa, Minha Vida, a redução de IPI para a linha branca, dentre outros.

"Vou ter milhões de brasileiros nessa caminhada que agora têm luz iluminando suas casas, vamos ver mulheres que vão mostrar seus refrigeradores, seus fogões e que puderam comprar casa. Veremos milhares de jovens mostrando seus diplomas obtidos no ProUni", ressaltou Dilma. Em meio a palmas, a pré-candidata engrossou o coro de jovens que gritavam "o filho do pedreiro tá podendo ser doutor".

Compromisso com a geração de empregos

Dilma renovou o compromisso assumido, na semana passada, durante encontro com os metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP). "O compromisso com o crescimento do emprego e, portanto, o compromisso com a melhoria das condições de vida de milhões de brasileiros e brasileiras. Temos de acabar com a pobreza nessa terra", ressaltando que isso não é demagogia, pois o governo Lula já realizou coisas que pareciam impossíveis: "Pagamos a dívida externa e emprestamos dinheiro para eles", lembrou.

A ex-ministra acredita que o Brasil vai bater recordes em geração de empregos em 2010, com dois milhões de brasileiros com carteira assinada até o final do ano.

Ela também defendeu a política externa do governo Lula. "Nós não nos submetemos ao FMI. Fazemos a nossa política externa", ressaltou.

Dilma chama tucanos de "exterminadores do futuro"

A ex-ministra disparou críticas aos tucanos que alegam que o governo Lula é uma continuidade da administração do PSDB. "Até ontem eram a oposição mais destrutiva e foram contra o Bolsa-Família, dizendo que era bolsa-esmola. Esses são aqueles lobos em pele de cordeiro, exterminadores do futuro quando estiveram no poder", comparou Dilma.

– Jamais direi: "esqueçam o que escrevi" – salientou a ex-ministra.

"Eu não vou entregar o meu país", prometeu Dilma, acrescentando que "não compactua" com a ideia do estado mínimo e defendendo o estado a serviço do "interesse público".

Respeito aos movimentos sociais e defesa da democracia

"Eu respeito os movimentos sociais. Uma das coisas que conquistas foi a democracia, a liberdade de imprensa, o direito de organização sindical. É inadmissível que um democrata reprima e persiga movimentos sociais" – observou a ex-ministra, salientando que "democracia é a capacidade de incorporar os 190 milhões de brasileiros nos ganhos do país, com comida, casa, celular e computador" – comentou Dilma.

"Eu não fujo quando a situação fica difícil. Eu não abandono o barco. Não sou de esmorecer, jogar a tolha. Eu lutei pela anistia. Vou brigar por um país soberano, onde todos possam viver com felicidade e qualidade de vida", apontou.

Dilma recordou o depoimento que concedeu no Senado, em maio de 2008, quando foi questionada pelo senador Agripino Maia (DEM-RN) sobre a época da ditadura.

– Ele disse: "Ministra, a senhora mentiu." Eu disse para ele que, diante da tortura, quem não mente entrega os seus – afirmou Dilma, num dos momentos em que mais foi ovacionada pelos presentes.

Ao finalizar o seu discurso, Dilma disse ter dois estados, Minas Gerais, onde foi criada, e o Rio Grande do Sul, onde aprendeu a lutar.

"Nós enterramos aquele país triste. Hoje nós temos esperança porque o país foi mudado. Andamos de cabeça erguida. O país tem auto-estima e é respeitado" frisou. "Nós somos herdeiros do governo Lula. Vamos por esse caminho para avançar", concluiu.

Movimentos sociais e partidos manifestaram apoio

Antes do discurso de Dilma, representantes de centrais, movimentos e partidos, manifestaram seu apoio à candidatura de Dilma para presidente.

O dirigente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), João Alberto Fernandes, divulgou que a executiva nacional da Central aprovou uma resolução de apoio a Dilma e defendeu a continuidade das políticas sociais.

Representando o movimento negro, José Antônio da Silva, disse que essa candidatura busca a unidade dos movimentos sociais. Do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Cristiano Schumacher, ressaltou as conquistas do governo Lula nessa área. "Agora é hora dos movimentos lutarem para continuar com esse projeto", disse.

Presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadora do Brasil (CTB), Guiomar Vidor, exaltou a participação de Dilma na implantação do PAC, que exerceu um papel fundamental para o crescimento do Brasil.

Pela União Nacional dos Estudantes (UNE), a jovem Eliane Pacheco destacou a luta da juventude na história brasileira e afirmou que é bolsista do ProUni, como milhões de jovens brasileiros, que sem esse programa do governo não teriam condições de estar cursando uma faculdade.

Erico Michel, do Partido Pátria Livre (PPL), destacou a importância das pessoas se darem conta que o que está em jogo é dois projetos políticos: o do retrocesso com a volta do neoliberalismo e o da continuidade do governo Lula. "Eles querem voltar ao poder para retomar as privatizações, mas o povo não deixará", disse.

O presidente estadual do PCdoB, Adalberto Frasson, acredita que o governo Lula conseguiu tantos avanços porque foi parceiro dos movimentos sociais, buscando a união de forças dessas entidades. "Sabemos que fizemos muito, mas a direita ainda é forte e controla grande parte da mídia. Precisamos unir o povo para fazer a campanha e construir um Brasil com mais avanços".

O presidente estadual do PT, Raul Pont, declarou que o Brasil é a âncora de um processo que está em curso na América Latina e, para que essa construção não pare, é necessário continuar com esse projeto político. "Na última década, mostramos que os trabalhadores sabem governar e muito melhor que as elites. Conseguimos fazer frente à crise e amadurecemos. A união da diversidade que temos nessa plenária é a prova dessa maturidade", afirmou.

A presidente das mulheres do PDT e amiga de longa data de Dilma, Miguelina Vecchio, salientou a luta das mulheres. "Faz muitos anos que as mulheres sonham com uma mulher na presidência. E nós vamos conseguir não só porque Dilma é mulher, mas porque é uma mulher que lutou bravamente pela democracia e tem capacidade para o Brasil avançar mais", disse.

O presidente da CUT-RS lembrou que as centrais estão trabalhando na elaboração de uma plataforma de desenvolvimento, que será entregue a ela no dia 1º de junho, durante a Conferência da Classe Trabalhadora, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo.

"Precisamos de um estado forte para combater a pobreza", apontou Celso. "O Estado é fundamental para melhorar as condições de vida do seu povo. Segundo dados do IPEA, se continuar nesse ritmo de desenvolvimento, em poucos anos o Brasil conseguirá erradicar o pobreza", disse, lembrando também que passamos pela maior valorização do emprego nos último 20 anos.

Celso defendeu a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, a valorização do salário mínimo, o fim do famigerado fator previdenciário, o fortalecimento da agricultura familiar e da habitação. "Aprofundar as políticas públicas, inclusivas, só será possível com Dilma presidente", concluiu.

Fonte: Contraf-CUT com CUT-RS, ZH e Correio do Povo

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