O novo conteúdo abrange a trajetória da luta dos trabalhadores no Brasil, desde os tempos da escravidão até os dias atuais, com a criação do movimento sindical e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a legislação trabalhista vigente
Nos dias 17 e 18 de maio, a cidade de Nazaré Paulista foi palco da estreia do segundo módulo do Curso de Formação Sindical para Dirigentes, organizado pela Secretaria de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). O evento foi direcionado aos dirigentes sindicais das bases da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS).
Lourival Rodrigues, presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas, destacou a importância do curso na capacitação dos dirigentes sindicais para enfrentar os desafios decorrentes das transformações no mundo do trabalho, especialmente a revolução tecnológica. “Esse curso é essencial para enfrentar os grandes desafios da transformação no mundo do trabalho, sobretudo a revolução tecnológica.”
Marcelo Lopes de Lima, diretor de formação sindical do sindicato, enfatizou a relevância da formação contínua em tempos de fake news e contestação da ciência. “Em tempos de fake news, com a ciência cada dia mais contestada, é fundamental que o dirigente estude para falar com propriedade para sua base”, declarou. Ele lembrou ainda que o curso é uma continuidade do primeiro módulo, que abordou a criação dos sindicatos até o final da ditadura militar. No segundo módulo, o foco foi na história política recente do Brasil e na participação dos sindicatos.
O secretário de Formação da Contraf-CUT, Rafael Zanon, junto com o formador José Luís Vasquinho Paredes, coordenaram as atividades. Zanon ressaltou o objetivo de sistematizar o conhecimento sobre a luta sindical e qualificar os dirigentes. “Este é um trabalho em parceria com as federações e os sindicatos.”
Ele também enalteceu a importância da continuidade do curso. “O prosseguimento dessa atividade é fundamental para garantir que nossos dirigentes estejam sempre atualizados e preparados para os desafios futuros. A formação contínua é a base para a construção de um movimento sindical forte e atuante”, acrescentou Zanon.
História da luta trabalhista no Brasil
O conteúdo revisitado no segundo módulo incluiu a história da luta dos trabalhadores no Brasil, desde a escravidão até a criação das primeiras associações e sindicatos. Foi abordado o fortalecimento das entidades sindicais, a influência das ideias comunistas, o controle estatal dos sindicatos durante o governo de Vargas, a intervenção dos sindicatos pelo regime militar e a retomada dos sindicatos na democracia, culminando na fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Departamento Nacional dos Bancários, que posteriormente deu origem à Confederação Nacional dos Bancários.
Os participantes foram divididos em grupos para estudar quatro décadas de história política brasileira recente (1980, 1990, 2000 e 2010). Utilizando memória e pesquisa na internet, os grupos transformaram fatos políticos, econômicos e sociais em manchetes de jornal e escolheram músicas representativas das épocas para apresentar ao coletivo.
Outro ponto alto do evento foi a apresentação da trajetória dos acordos coletivos até a atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários, com destaque para marcos como o acordo de 1982, a convenção de 1992 e a mais recente, de 2022/2024, mostrando a evolução das conquistas sindicais para a categoria.
O segundo dia começou com sorteios do livro Economia para Transformação Social. Em seguida, foram apresentados trechos dos filmes “Democracia em Vertigem” e “Excelentíssimos”, que abordam momentos-chave da política brasileira recente, como as eleições de 2014, as manifestações de 2013, o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula.
Os dirigentes discutiram os desafios atuais do movimento sindical bancário para a sociedade, incluindo sustentabilidade, governança, questões climáticas, educação financeira, comunicação digital e a necessidade de ampliar a sindicalização e a consciência de classe. Foram debatidas também a participação em conselhos de políticas públicas e em movimentos de solidariedade, a representação de todos os trabalhadores do ramo financeiro e a formação contínua dos dirigentes.
O evento foi encerrado com a apresentação do vídeo “A História das Coisas”, refletindo sobre o impacto das escolhas de consumo na sociedade e no meio ambiente.
Fonte: Contraf-CUT