Um documento revelado na quarta-feira (14) pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) mostra que o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, pretendia privatizar os principais bancos públicos brasileiros.
O memorando de política externa do governo tucano lembra as privatizações de Meridional e Banespa, outrora estatais. "Com determinação o governo dará continuidade à sua política de modernização do papel dos bancos públicos na economia", assinala o texto, que na sequência aponta que será entregue, ainda naquele ano, um estudo mostrando qual deve ser o papel de Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES.
"Tratando de questões como possíveis alienações de participações nessas instituições, fusões, vendas de componentes estratégicos ou transformação em agências de desenvolvimento ou bancos de segunda linha", prossegue o Ministério da Fazenda.
No item 27, a administração do PSDB reforça que pretendia completar, ainda naquele ano, a privatização das empresas de energia e, em seguida, das redes de energia.
O governo do PSDB, que teve José Serra como ministro do Planejamento e da Saúde, teria dado sequência à venda não apenas dos bancos, mas da Petrobras, na avaliação de Samuel Pinheiro Guimarães, demitido à época do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais do Itamaraty por ter criticado a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
"A adoção de um acordo como a Alca – com tarifas a zero, impossibilidade de controle de fluxo de capitais, total abertura – teria levado, por exemplo, à privatização de todo sistema financeiro. Privatizariam o BNDES, Banco do Brasil, Petrobrás; instrumentos que foram de grande importância na crise financeira", pontuou recentemente o hoje ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Na gestão do PSDB em São Paulo, de quase duas décadas, além da passagem do Banespa à esfera federal e à posterior privatização, Serra, na qualidade de governador, vendeu a Nossa Caixa. A instituição acabou comprada pelo Banco do Brasil.
Fonte: Rede Brasil Atual