“É fundamental que a sociedade reconheça a gravidade da situação de saúde dos trabalhadores. São milhares de doentes, invalidados e mortos no trabalho”, afirmou o secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles.
Para que uma efetiva prevenção ocorra, segundo o secretário, é preciso focar nas causas, onde se originam os problemas, ou seja, nas relações de trabalho violentas. “Não podemos banalizar a situação. Há uma busca por normalizar os acidentes e doenças relacionados ao trabalho. Mas nem tudo que é normal é saudável. As patologias do trabalho produzem laços sociais perversos, fundamentados na normalização do adoecimento, fazendo crer que é normal adoecer pelo trabalho bancário, assim como continuar trabalhando doente, levando os trabalhadores a recorrerem a tratamentos médicos e medicamentosos.”
De acordo com Mauro Salles, “carecemos de uma política de estado para o tema, integrando ações, com fiscalização efetiva, uma política ativa de promoção da saúde. Precisamos de um amplo movimento para que o tema esteja no centro da agenda para que enfrentemos essa verdadeira tragédia cotidiana, que tem trazido tanto sofrimento, angústia, depressão, acidentes e doenças e mortes evitáveis.”