Se mantidos os reajustes concedidos pela agência e mantendo a inflação em cerca de 4,5% ao ano, os órgãos de defesa do consumidor calculam que, no futuro, mensalidades dos planos serão impagáveis.
Impactos dos reajustes
Na projeção, as entidades partiram de um exemplo: um consumidor de São Paulo, de 30 anos de idade, com salário de R$ 3 mil. O plano contratado por ele considera gastos com enfermaria, cobertura nacional ambulatorial e hospitalar. Hoje, esse consumidor paga R$ 180,74 pelo plano – esse valor compromete cerca de 6% de sua renda.
Daqui a 30 anos, mantidas as condições atuais, esse plano custará cerca de R$ 6.088,44 por mês, já considerando o reajuste por mudança da faixa etária. No período, o salário desse consumidor subiu para R$ 11.250. Nesse caso, o comprometimento da renda é de cerca de 54%.
Discussão
A projeção foi encaminhada à ANS e as entidades pedem revisão na metodologia de reajuste a fim de que ela considere a capacidade de pagamento dos consumidores.
"Qualquer metodologia de reajuste que se almeje construir tem que ser adequadamente estruturada, a fim de que se deixe de buscar soluções apenas imediatistas para o setor de planos de saúde", disse, por meio de nota, a advogada do Idec, Daniela Trettel.
As entidades também acreditam que seja imprescindível que a revisão do método de reajuste envolva os planos coletivos, que hoje representam 70% do mercado.
"A falta de regulação adequada para este tipo de contrato resulta em reajustes abusivos e, consequentemente, na rescisão unilateral de contratos", considerou ainda a advogada.
Para a ProTeste – Associação dos Consumidores, a agência deveria adotar critérios mais objetivos na metodologia de reajustes, como o nível de renda e a capacidade de pagamento dos consumidores.
Fonte: Infomoney